1 de out. de 2007

Governo boicota entidade Baháí

Jornal do Brasil - Rio de Janeiro, RJ - sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Marsílea Gombata Intransigente, o governo iraniano é acusado de violar direitos humanos de 300 mil integrantes da comunidade religiosa Bahá'í. A denúncia contra o abuso de poder vem de adeptos da Fé Bahá'í e é um pedido de socorro para um problema alarmante. A Comunidade Internacional Bahá'í recebeu uma cópia de uma carta confidencial em que o Ministério de Ciência, Pesquisa e Tecnologia do Irã ordena a expulsão de estudantes bahá'ís das universidades.

O documento contradiz a versão oficial em que o governo garante não haver discriminação contra bahá'ís no Irã, depois de 900 estudantes terem sido expulsos de centros acadêmicos nos últimos três anos. - O radicalismo da ditadura do Irã tem sido cada vez pior nesse conflito crescente - explica Washington Araújo, integrante da Assembléia Nacional dos Bahá'ís do Brasil. A religião é a segunda maior do Irã. Nos primeiros 10 anos desde a sua criação em 1844, cerca de 20 mil integrantes foram mortos por xás que viam a comunidade como subversiva. Ao acusar a Bahá'í de incentivar a prostituição, por dar direitos iguais a homens e mulheres, autoridades fuzilaram, enforcaram e apedrejaram seus adeptos em praça pública.

O conflito piorou com a Revolução Iraniana de 1979 - que transformou a monarquia do xá Reza Pahlevi na república do aiatolá Ruhollah Khomeini. Todos os bahá'ís funcionários públicos foram demitidos e tiveram aposentadorias e bens confiscados. Quando tentam deixar o Irã, são proibidos de se declararem bahá'ís. E, se o fazem, têm o pedido para sair o país negado. - Somos perseguidos e o governo nos nega proteção e direitos constitucionais - avalia Araújo. - Com os xás era ruim, mas o regime atual é aterrorizante. Na alfabetização, professores ridicularizam crianças bahá'ís frente às outras, denuncia Araújo. A discriminação , no entanto, não ocorre da mesma forma com outras minorias religiosas, como judeus e cristãos.

- No último mês, muitos bahá'ís foram perseguidos e estamos com medo de que a intolerância religiosa se transforme em assassinato em massa, numa onda de violência sem precedentes - desabafa Araújo. O governo se recusa a assinar acordos com a ONU e veta a entrada de observadores de organismos internacionais. Para punir o assassinato de centenas de integrantes nos últimos 30 anos, a comunidade da Fé Bahá'í - composta por 6,5 milhões de pessoas - procura divulgar abusos do governo. - Em nenhum outro país enfrentamos essas dificuldades - lamenta Araújo. - O mundo se preocupa com a bomba atômica, mas o totalitarismo é alarmante.Nota:

Nota:O texto acima é a transcrição literal da reportagem publicada no Jornal do Brasil (Rio de Janeiro) no último dia 21 de setembro de 2007.

Fonte: Jornal do Brasil

"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-

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