Ó meu senhor! Ó meu Senhor! Esta é uma lâmpada pelo fogo do Teu amor acesa, ardendo com a chama que se ateou na árvore da Tua misericórdia. Ó meu Senhor, aumenta-lhe a ardência e a chama com o fogo aceso no Sinai da Tua manifestação. Em verdade, és Quem ajuda e confirma; és o Poderoso, o Magnânimo, o Deus de Amor! -‘Abdu’l-Bahá-
22 de dez. de 2008
“Yá Bahá’u’lláh”(Ô Glória de Deus)
“Yá Bahá’u’lláh”
(Ô Glória de Deus)
Neste brado estão todos os brados do universo nele a realidade divina soou.
O brado Yá Bahá’u’lláh neste dia de seu aparecimento é de mais proveito para ti do que todo o conhecimento das ciências e todas as riquezas da terra. Ele é o ritmo do progresso, é a corda da criação, a melodia da eternidade, e a senha para o Reino de Deus. Portanto, use-o para estabelecer-te no reino da confiança divina... Diga-o em tua solidão, brade-o em tua alegria. Murmure-o em teus momentos de fraqueza, e ele irá te conferir força. Este brado que traz o Concurso supremo para a porta de tua vida e confere o amor de Abhá sobre tua alma de confiança. Ele abre os céus dos mistérios, cores e enigmas da vida. Ele absorve todas as coisas, envolve todas as coisas, inclui todas as coisas. As palavras desta frase de “Glória à Deus”, deve ser cantada em harmonia com o sagrado ‘EU SOU” em Sua corte de onipotente verdade divina.”Ele abarca tudo o que há de substância e tudo o que existe no mundo do pensamento criativo.O Máximo Nome traz consigo a mais alta vibração; a vibração de expressão, quer mental ou oral, produz um resultado espiritual, independente do pensamento”.
-‘Abdu’l-Bahá-
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
Conferência do Ponto Mediano do Plano de 5 anos
Conferência de São Paulo
Cerca de 40 pessoas das Comunidades Bahá'ís de Goiânia e Anápolis, sendo dos Agrupamentos Goyazes, de Goiânia e Nur, de Anápolis, estiveram presentes na Conferência do Ponto Mediano do Plano de 5 anos em São Paulo. Foi uma grande felicidade para todos nós participarmos de um evento histórico e que nos trouxe forças espirituais sem medida para continuarmos nosso trabalho na expansão da Causa de Deus na terra.
Com aproximadamente 1.700 participantes, a Conferência do Ponto Mediano do Plano de Cinco Anos para a região que engloba o Brasil, Paraguai e Uruguai, com a presença de Membros do Centro Mundial Internacional de Ensino de Haifa-Israel.
Agradecemos a Deus, a Bahá'u'lláh e a Casa Universal de Justiça, pela oportunidade concedida a todos para estarem presentes nesta conferência.Yá-Bahá’ul’Abhá!
Representante de Mídia da Comunidade Bahá'í de Goiânia
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
Bahá'ís celebram os 60 anos da Declaração de Direitos Humanos
Nova Iorque — Várias comunidades bahá'ís por todo o mundo estão celebrando a semana dos Direitos Humanos – que este ano tem um dignificado especial porque marca os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Em Nova Iorque, a Comunidade Internacional Bahá'í irá sediar um seminário de um dia sobre “Liberdade de Crença ou Religião: Perspectivas e Desafios após Sessenta anos de Proteção das Nações Unidas.”
O seminário, que será realizado no dia 8 de dezembro, contará com dois painéis de discussão com a presença, entre outros, de: Felice Gaer do Instituto Jacob Blaustein que trabalha para a Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos; Azza Karam do Fundo das Nações Unidas para a População (Unfpa); Cole Durham do Centro Internacional para Estudos sobre Legislação e Religião da Universidade de Brigham Young; e Malcolm Evans da Faculdade de Direito da Universidade de Bristol.
"O Dia dos Direitos Humanos tem um significado especial este ano porque os direitos humanos parecem estar sob ataque vindo de várias direções”, disse Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá'í para as Nações Unidas, que também falará no evento em Nova Iorque. "Este ano, devido ao 60° aniversário da Declaração Universal de Direitos Humanos, é ainda mais importante, uma vez que o documento define os padrões normativos mais fortes para a liberdade de religião ou crença."
Pelo Mundo
Diversas comunidades bahá'ís nos níveis nacional e local planejaram eventos para o Dia dos Direitos Humanos, comemorado a cada ano em 10 de dezembro. Abaixo seguem alguns exemplos:
No Canadá, bahá'ís estão realizando ou apoiando pelo menos 10 eventos, incluindo a “Conferência sobre Direitos Humanos e Dignidade Global”, que será realizada em Victoria, British Columbia, nos dias 6 e 7 de dezembro.
Vários eventos com participação bahá'í acontecerão em diversas universidades canadenses, incluindo McGill em Montreal, e, em British Columbia, a Universidade Simon Fraser e a Universidade de British Columbia.
Celebrações locais ocorrerão em Chilliwack, Abbottsford, Colwood, Maple Ridge e Langley (British Columbia), e também em Richmond Hill e Okaville (Ontário).
"Temos encorajado as Assembléias Locais a realizar events”, disse Gerald Filson, porta-voz da Comunidade Bahá'í do Canadá.
No Brasil, bahá'ís participarão da XI Conferência Nacional de Direitos Humanos, que será realizada em Brasília entre os dias 15 e 18 de dezembro. São esperadas cerca de 1.500 pessoas, entre delegados eleitos nos 26 estados e no Distrito Federal, além de convidados e observadores.
A Comunidade Bahá'í do Brasil preparou, em parceria com o Fórum Nacional de Educação em Direitos Humanos, uma nova edição da “Passarela dos Direitos Humanos”, uma exibição de 30 painéis representando os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Passarela foi projetada para ser um corredor pelo qual as pessoas podem passar e observar os 30 artigos. A nova edição da Passarela foi confeccionada utilizando linguagem e desenhos elaborados por alunos do ensino médio de uma escola do Guará, uma das cidades próximas de Brasília, com apoio financeiro parcial da Organização dos Estados Ibero-Americanos.
No Reino Unido, a comunidade bahá'í produziu dois folhetos para serem distribuídos em escolas e universidades acerca da perseguição aos bahá'ís no Irã e sua correlação com a Declaração universal dos Direitos Humanos, com foco específico no direito à educação.
"Nossos jovens bahá'ís de várias localidades estão também organizando seminários, eventos e apresentações”, disse Robert Weinberg, um porta-voz dos bahá'ís do Reino Unido.
Ele disse que os bahá'ís estão também apoiando uma carta aberta, assinada por diversos educadores, líderes religiosos e acadêmicos de várias partes da Grã Bretanha que critica a política iraniana de negar aos bahá'í acesso à educação superior. A carta será divulgada no Dia dos Direitos Humanos.
Na Áustria, a comunidade bahá'í organizou um evento em 6 de novembro de 2008 na Sede Bahá'í de Viena, marcando a prisão e assassinato de bahá'ís de origem judaica durante a II Guerra Mundial. A cerimônia também celebrou os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Na Índia, bahá'ís estão realizando um programa em Lucknow que lançará um discurso sobre a erradicação da pobreza infantil, em colaboração com o escritório do UNICEF em Uttar Pradesh.
Estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1950, o Dia dos Direitos Humanos marca o aniversário da adoção pela Assembléia Geral da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948. Ao longo dos anos, uma rede de instrumentos e mecanismos de direitos humanos foi desenvolvida para garantir a primazia dos direitos humanos e para confrontar violações de direitos humanos onde quer que elas ocorram.
Fonte: Bahá'í World News Service http://news.bahai.org/story/676
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
Em Nova Iorque, a Comunidade Internacional Bahá'í irá sediar um seminário de um dia sobre “Liberdade de Crença ou Religião: Perspectivas e Desafios após Sessenta anos de Proteção das Nações Unidas.”
O seminário, que será realizado no dia 8 de dezembro, contará com dois painéis de discussão com a presença, entre outros, de: Felice Gaer do Instituto Jacob Blaustein que trabalha para a Comissão sobre Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos; Azza Karam do Fundo das Nações Unidas para a População (Unfpa); Cole Durham do Centro Internacional para Estudos sobre Legislação e Religião da Universidade de Brigham Young; e Malcolm Evans da Faculdade de Direito da Universidade de Bristol.
"O Dia dos Direitos Humanos tem um significado especial este ano porque os direitos humanos parecem estar sob ataque vindo de várias direções”, disse Bani Dugal, a principal representante da Comunidade Internacional Bahá'í para as Nações Unidas, que também falará no evento em Nova Iorque. "Este ano, devido ao 60° aniversário da Declaração Universal de Direitos Humanos, é ainda mais importante, uma vez que o documento define os padrões normativos mais fortes para a liberdade de religião ou crença."
Pelo Mundo
Diversas comunidades bahá'ís nos níveis nacional e local planejaram eventos para o Dia dos Direitos Humanos, comemorado a cada ano em 10 de dezembro. Abaixo seguem alguns exemplos:
No Canadá, bahá'ís estão realizando ou apoiando pelo menos 10 eventos, incluindo a “Conferência sobre Direitos Humanos e Dignidade Global”, que será realizada em Victoria, British Columbia, nos dias 6 e 7 de dezembro.
Vários eventos com participação bahá'í acontecerão em diversas universidades canadenses, incluindo McGill em Montreal, e, em British Columbia, a Universidade Simon Fraser e a Universidade de British Columbia.
Celebrações locais ocorrerão em Chilliwack, Abbottsford, Colwood, Maple Ridge e Langley (British Columbia), e também em Richmond Hill e Okaville (Ontário).
"Temos encorajado as Assembléias Locais a realizar events”, disse Gerald Filson, porta-voz da Comunidade Bahá'í do Canadá.
No Brasil, bahá'ís participarão da XI Conferência Nacional de Direitos Humanos, que será realizada em Brasília entre os dias 15 e 18 de dezembro. São esperadas cerca de 1.500 pessoas, entre delegados eleitos nos 26 estados e no Distrito Federal, além de convidados e observadores.
A Comunidade Bahá'í do Brasil preparou, em parceria com o Fórum Nacional de Educação em Direitos Humanos, uma nova edição da “Passarela dos Direitos Humanos”, uma exibição de 30 painéis representando os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A Passarela foi projetada para ser um corredor pelo qual as pessoas podem passar e observar os 30 artigos. A nova edição da Passarela foi confeccionada utilizando linguagem e desenhos elaborados por alunos do ensino médio de uma escola do Guará, uma das cidades próximas de Brasília, com apoio financeiro parcial da Organização dos Estados Ibero-Americanos.
No Reino Unido, a comunidade bahá'í produziu dois folhetos para serem distribuídos em escolas e universidades acerca da perseguição aos bahá'ís no Irã e sua correlação com a Declaração universal dos Direitos Humanos, com foco específico no direito à educação.
"Nossos jovens bahá'ís de várias localidades estão também organizando seminários, eventos e apresentações”, disse Robert Weinberg, um porta-voz dos bahá'ís do Reino Unido.
Ele disse que os bahá'ís estão também apoiando uma carta aberta, assinada por diversos educadores, líderes religiosos e acadêmicos de várias partes da Grã Bretanha que critica a política iraniana de negar aos bahá'í acesso à educação superior. A carta será divulgada no Dia dos Direitos Humanos.
Na Áustria, a comunidade bahá'í organizou um evento em 6 de novembro de 2008 na Sede Bahá'í de Viena, marcando a prisão e assassinato de bahá'ís de origem judaica durante a II Guerra Mundial. A cerimônia também celebrou os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Na Índia, bahá'ís estão realizando um programa em Lucknow que lançará um discurso sobre a erradicação da pobreza infantil, em colaboração com o escritório do UNICEF em Uttar Pradesh.
Estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 1950, o Dia dos Direitos Humanos marca o aniversário da adoção pela Assembléia Geral da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de dezembro de 1948. Ao longo dos anos, uma rede de instrumentos e mecanismos de direitos humanos foi desenvolvida para garantir a primazia dos direitos humanos e para confrontar violações de direitos humanos onde quer que elas ocorram.
Fonte: Bahá'í World News Service http://news.bahai.org/story/676
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
14 de dez. de 2008
Fênix ad eternum: O direito (e o dever): agradecer!
Fenix ad eternum: O direito (e o dever): agradecer!
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
11 de dez. de 2008
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS À PAZ
O I Festival Mundial da Paz, foi realizado em Florianópolis-SC.Brasil é o 1º País a assinar o documento.
A Declaração Universal dos Direitos à Paz foi assinada em 01/09/06 durante o Encontro de Conselhos de Paz. A cerimônia foi no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS À PAZ
Paz
da criança no ventre da mãe
Paz
do recém-nascido
Paz
para a gente crescer e se transformar
Paz
no lar e no trabalho
Paz
entre homens e mulheres
Paz
entre as religiões
Paz
entre os partidos políticos
Paz
com democracia e tolerância à diversidade
Paz
entre nações
Paz
como solução dos conflitos
Paz
nos meios de comunicação
Paz
sem o uso de violência de qualquer natureza
Paz
sem fome nem miséria
Paz
sem medo ou insegurança
Paz
com liberdade e dignidade
Paz
com solidariedade e cooperação
Paz
com preservação do meio ambiente
Paz
com desenvolvimento sustentável
Paz
livre de apego, ódio, vingança, revide, ciúme e orgulho
Paz
de espírito
Paz
como cultivo dos valores eternos do Amor, da Beleza, da Verdade, da Justiça, da Liberdade e da Igualdade
Que a paz possa fazer morada no coração dos seres humanos através de uma educação que amplie sua consciência de mundo, desperte para seu papel de artífice da realidade e desenvolva o protagonismo da vida.
Que a visão que inspira a cada um seja construída a partir de um paradigma de paz e não violência, através de instituições e políticas públicas orientadas para a cultura da paz.
Que cada cidadão cuide de despertar a paz dentro de si, cultivando essas qualidades e valores sob orientação, quando necessário, de mestres, instituições e organismos afins.
Que se priorizem as práticas compassivas que geram no cotidiano vivência de paz e unidade nos níveis individual, social ecológico, planetário e cósmico.
Que governos e seus colaboradores assumam o dever e a responsabilidade de colocar as estruturas que dirigem a serviço dos diferentes aspectos da paz, contribuindo assim para a transformação da Cultura de Guerra em Cultura de Paz.
Que os currículos das instituições educacionais tenham como foco a educação para uma cultura de paz e não violência, promovendo a paz consigo mesmo, com os outros e com a natureza.
Que se desenvolve uma percepção que transcenda as individualidades de qualquer tipo, seja nas pessoas, instituições, comunidades e regionalidades, fortalecendo a consciência da unidade que permeia o visível e o não visível.
Que se promovam formam criativas de integração, nas quais a riqueza da razão esteja a serviço da inteligência do coração e que conduzam a uma sinergia entre a atual Cultura do Fazer para uma Cultura do Ser.
Que esse espírito de educação inspire a justiça e a segurança pública e que seus colaboradores sejam preparados dentro do enfoque educativo e não punitivo.
Que as prisões se transformem em centros de recuperação, através da educação e da produção de bens agrícolas e de consumo.
Que as forças armadas estejam a serviço da comunidade na construção de uma coletividade pacífica, justa e inclusiva.
Cabe à sociedade civil e às organizações não governamentais incentivarem e apoiarem os esforços dos governos no sentido de estabelecer uma cultura de paz.
Cabe às Nações Unidas realizar estudos e planejamentos estratégicos visando incentivar os governos na realização desses objetivos de paz.
Que cada consciência desperta seja um exemplo da paz que se deseja ver florescer no mundo, conspirando pacificamente para o desenvolvimento da unidade de toda a humanidade, para a integridade de cada indivíduo e a plenitude de todos os seres.
Que se derrubem as fronteiras e limites internos que separam os seres humanos de sua própria espécie e de todos os demais seres vivos, permitindo a todos uma convivência fraterna, próspera e benéfica.
Que nós, os povos da Terra, estejamos reunidos na Unidade da Paz, dançando no infinito do espaço eterno, sem começo e sem fim.
Esta declaração apóia e reforça a Declaração Universal dos Direitos Humanos, revoga e anula os abusos perpetrados pela violência.
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
A Declaração Universal dos Direitos à Paz foi assinada em 01/09/06 durante o Encontro de Conselhos de Paz. A cerimônia foi no Teatro Álvaro de Carvalho, em Florianópolis.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS À PAZ
Paz
da criança no ventre da mãe
Paz
do recém-nascido
Paz
para a gente crescer e se transformar
Paz
no lar e no trabalho
Paz
entre homens e mulheres
Paz
entre as religiões
Paz
entre os partidos políticos
Paz
com democracia e tolerância à diversidade
Paz
entre nações
Paz
como solução dos conflitos
Paz
nos meios de comunicação
Paz
sem o uso de violência de qualquer natureza
Paz
sem fome nem miséria
Paz
sem medo ou insegurança
Paz
com liberdade e dignidade
Paz
com solidariedade e cooperação
Paz
com preservação do meio ambiente
Paz
com desenvolvimento sustentável
Paz
livre de apego, ódio, vingança, revide, ciúme e orgulho
Paz
de espírito
Paz
como cultivo dos valores eternos do Amor, da Beleza, da Verdade, da Justiça, da Liberdade e da Igualdade
Que a paz possa fazer morada no coração dos seres humanos através de uma educação que amplie sua consciência de mundo, desperte para seu papel de artífice da realidade e desenvolva o protagonismo da vida.
Que a visão que inspira a cada um seja construída a partir de um paradigma de paz e não violência, através de instituições e políticas públicas orientadas para a cultura da paz.
Que cada cidadão cuide de despertar a paz dentro de si, cultivando essas qualidades e valores sob orientação, quando necessário, de mestres, instituições e organismos afins.
Que se priorizem as práticas compassivas que geram no cotidiano vivência de paz e unidade nos níveis individual, social ecológico, planetário e cósmico.
Que governos e seus colaboradores assumam o dever e a responsabilidade de colocar as estruturas que dirigem a serviço dos diferentes aspectos da paz, contribuindo assim para a transformação da Cultura de Guerra em Cultura de Paz.
Que os currículos das instituições educacionais tenham como foco a educação para uma cultura de paz e não violência, promovendo a paz consigo mesmo, com os outros e com a natureza.
Que se desenvolve uma percepção que transcenda as individualidades de qualquer tipo, seja nas pessoas, instituições, comunidades e regionalidades, fortalecendo a consciência da unidade que permeia o visível e o não visível.
Que se promovam formam criativas de integração, nas quais a riqueza da razão esteja a serviço da inteligência do coração e que conduzam a uma sinergia entre a atual Cultura do Fazer para uma Cultura do Ser.
Que esse espírito de educação inspire a justiça e a segurança pública e que seus colaboradores sejam preparados dentro do enfoque educativo e não punitivo.
Que as prisões se transformem em centros de recuperação, através da educação e da produção de bens agrícolas e de consumo.
Que as forças armadas estejam a serviço da comunidade na construção de uma coletividade pacífica, justa e inclusiva.
Cabe à sociedade civil e às organizações não governamentais incentivarem e apoiarem os esforços dos governos no sentido de estabelecer uma cultura de paz.
Cabe às Nações Unidas realizar estudos e planejamentos estratégicos visando incentivar os governos na realização desses objetivos de paz.
Que cada consciência desperta seja um exemplo da paz que se deseja ver florescer no mundo, conspirando pacificamente para o desenvolvimento da unidade de toda a humanidade, para a integridade de cada indivíduo e a plenitude de todos os seres.
Que se derrubem as fronteiras e limites internos que separam os seres humanos de sua própria espécie e de todos os demais seres vivos, permitindo a todos uma convivência fraterna, próspera e benéfica.
Que nós, os povos da Terra, estejamos reunidos na Unidade da Paz, dançando no infinito do espaço eterno, sem começo e sem fim.
Esta declaração apóia e reforça a Declaração Universal dos Direitos Humanos, revoga e anula os abusos perpetrados pela violência.
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
8 de dez. de 2008
Que Haja Paz na Terra, a começar por mim!!!
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Sabemos o que significa O Dia Internacional da Paz?
ALUNOS DO (CEMEI) CENTRO MUNICIPAl DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE GOIÂNIA,DE 02 À 06 ANOS;MANIFESTAM SUA PAZ, na "I Caminhada Mundial da Paz", realizada no "I FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ" em 2006!
Comemoramos mais este ano, O Dia Internacional da Paz, onde podemos ver e participar de vários movimentos e programas que proclamam a busca incessante dos homens pela Paz.
Paz.
Será que realmente sabemos o verdadeiro sentido da palavra Paz?
Paz seria... Eu desejar ao meu próximo à verdadeira felicidade sem nada querer em troca.
Paz seria... Eu trabalhar pelo bem de minha família consangüínea... E também pela minha família... Chamada Humanidade... Do meu setor...? Da minha cidade...? Do meu Estado...? Do meu país...?
Não! Não somente! Mas pela inteira raça humana, pois somos parte integrante do mesmo cosmo, do mesmo céu, da mesma terra, do mesmo mar e de todas as galáxias existentes. Será que a Paz começa dentro de mim? Ou será que quero fazer a Paz acontecer lá fora? Esquecendo às vezes de um pequenino, que dorme debaixo de nosso teto ou vive lado a lado conosco? Precisando de um sorriso pela manhã quando o sol entra com seus raios insistentes dentro das frestas de nossa casa? Apenas um pequeno raio de nosso sorriso, ou uma pequena palavra amiga poderia mudar o caminho e os rumos de uma vida que grita pela Paz. Paz em mim.Paz em meio a minha família.Paz dentro da minha casa.Paz aqui. Paz ali. Paz acolá.
Eu teria paz dentro de mim, vendo meu irmão consangüíneo ou um irmão fraterno..., filho de Deus. não importa há quanta milha esteja de mim. Se é branco, amarelo, vermelho, pardo ou negro. Eu teria Paz dentro de mim, vendo meu irmão a sofrer?
A sofrer... fome, frio..., dor..., abandono..., tristeza..., desilusão..., prisão..., violências tantas..., nas guerras..., nas doenças..., perdas...humilhações diversas..., preconceitos vários..., desprezo...
Eu sentiria Paz assim? No meu mundinho? E o Mundo lá fora? Não é meu lar? Extensão de mim mesmo?
Ah! Eu não sentiria... Pois como poderia eu estar em Paz , ou sentir Paz dentro de mim, se ao menos uma parte de meu corpo não estivesse inteiramente em harmonia e, perfeita sintonia com todo o meu organismo.Organismo...,já diz tudo.Organização de um todo.
“A terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos”-Bahá’u’lláh-
"Somos todos as folhas, flores e frutos de uma só árvore" -Bahá'u'lláh-
Ah! Esta Paz! Tão sonhada Paz!
Por: Catarina Cavalcante de Jesus
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
5 de dez. de 2008
MANIFESTE SUA PAZ!!!
FAÇA ACONTECER!!!
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OS DIREITOS HUMANOS SÓ PODERÃO SER REALMENTE ALCANÇADOS EM PLENITUDE TOTAL, QUANDO TODOS SE DEDICAREM AO TRABALHO DO ESTABELECIMENTO DA SUPREMA PAZ MUNDIAL!
I FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ EM SANTA CATARINA em 2006
&
II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ QUE SERÁ SEDIADO EM GOIÂNIA 2009
APRESENTA..."CHAMA DA PAZ"
CAMINHADA CHAMA DA PAZ,REALIZADA EM GOIÂNIA, PELO I FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ
PARTE DAS FOTOS DA CAMINHADA EM 21 DE SETEMBRO DE 2006
Procure na coluna à sua direita e irá contemplar o álbum completo das fotos da caminhada.
TOCHA DA PAZ...
“Caminhada Chama da Paz”, pelo I Festival Mundial da Paz e XXIII Semana Bahá’i de Goiânia em 21 de setembro (Dia Internacional da Paz). A Comunidade Bahá’i de Goiânia, realizou a “Caminhada Chama da Paz”, onde a Escola Municipal Donata Monteiro da Motta, com cerca de 70 alunos de 10 a 15 anos, seus familiares, diretores, professores, autoridades e voluntários, acenderam a Tocha da Paz(Chama da Paz) no Monumento das Raças na Praça Cívica. A Tocha foi conduzida ao Monumento á Paz , onde acenderam a Pira olímpica com a tocha da PAZ, ao som da música cantada pelos alunos da escola, intitulada de: CORAÇÃO da PAZ.
CATARINA CAVALCANTE E OS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...em caminhada.
ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...CAMINHAM...
ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
FAMILIARES, PROFESSORES,AUTORIDADES, VOLUNTÁRIOS E ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
CHEGADA AO MONUMENTO À PAZ...
LUCAS FURTADO, MONITOR DE PRÉ-JOVENS, FAZ O ABRAÇO AO MONUMENTO À PAZ...
JOSÉ ALVES GARCIA DÁ AS BOAS-VINDAS AOS CAMINHANTES DA PAZ.
MONUMENTO Á PAZ X PIRA OLÍPICA QUE FOI ACESA COM A TOCHA DA PAZ...POR ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
SENHORA ZIA PEZESHKZAD E ALUNOS DO (CEMEI) CENTRO MUNICIPAl DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE GOIÂNIA.
ANDRÉ ANIS ACOSTA... 02 ANOS... À CAMINHO DO MONUMENTO À PAZ!
AGORA...
Conheça a programação que está sendo preparada para a realização do II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ que será sediado em GoiâniA-Go.Ingresse no grupo e faça suas ações em prol da PAZ no mundo, em qualquer lugar do planeta que voce estiver!
Entre no site:
http://festivalmundialdapaz2.ning.com/
http://www.unipazgoias.org.br
De 04 à 07 de setembro de 2009
Local: Goiânia
Capital: Goiás
Site ou Mapa: http://www.unipazgoias.org.br
Info de contato: 62-3941-5556 / 3941-5557
Tipo de evento: Festival
Organizado por: FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ
Venha Conhecer esta bela cidade.
Onde estiver, apresente-se como voluntário e vamos re-construir o mundo para a PAZ.
Catarina Cavalcante de Jesus
Membro do Comitê de Espiritualidade do II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ QUE SERÁ SEDIADO EM GOIÂNIA-GOIÁS-BRASIL.
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
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OS DIREITOS HUMANOS SÓ PODERÃO SER REALMENTE ALCANÇADOS EM PLENITUDE TOTAL, QUANDO TODOS SE DEDICAREM AO TRABALHO DO ESTABELECIMENTO DA SUPREMA PAZ MUNDIAL!
I FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ EM SANTA CATARINA em 2006
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II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ QUE SERÁ SEDIADO EM GOIÂNIA 2009
APRESENTA..."CHAMA DA PAZ"
CAMINHADA CHAMA DA PAZ,REALIZADA EM GOIÂNIA, PELO I FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ
PARTE DAS FOTOS DA CAMINHADA EM 21 DE SETEMBRO DE 2006
Procure na coluna à sua direita e irá contemplar o álbum completo das fotos da caminhada.
TOCHA DA PAZ...
“Caminhada Chama da Paz”, pelo I Festival Mundial da Paz e XXIII Semana Bahá’i de Goiânia em 21 de setembro (Dia Internacional da Paz). A Comunidade Bahá’i de Goiânia, realizou a “Caminhada Chama da Paz”, onde a Escola Municipal Donata Monteiro da Motta, com cerca de 70 alunos de 10 a 15 anos, seus familiares, diretores, professores, autoridades e voluntários, acenderam a Tocha da Paz(Chama da Paz) no Monumento das Raças na Praça Cívica. A Tocha foi conduzida ao Monumento á Paz , onde acenderam a Pira olímpica com a tocha da PAZ, ao som da música cantada pelos alunos da escola, intitulada de: CORAÇÃO da PAZ.
CATARINA CAVALCANTE E OS ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...em caminhada.
ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...CAMINHAM...
ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
FAMILIARES, PROFESSORES,AUTORIDADES, VOLUNTÁRIOS E ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
CHEGADA AO MONUMENTO À PAZ...
LUCAS FURTADO, MONITOR DE PRÉ-JOVENS, FAZ O ABRAÇO AO MONUMENTO À PAZ...
JOSÉ ALVES GARCIA DÁ AS BOAS-VINDAS AOS CAMINHANTES DA PAZ.
MONUMENTO Á PAZ X PIRA OLÍPICA QUE FOI ACESA COM A TOCHA DA PAZ...POR ALUNOS DA ESCOLA MUNICIPAL DONATA MONTEIRO DA MOTTA...
SENHORA ZIA PEZESHKZAD E ALUNOS DO (CEMEI) CENTRO MUNICIPAl DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE GOIÂNIA.
ANDRÉ ANIS ACOSTA... 02 ANOS... À CAMINHO DO MONUMENTO À PAZ!
AGORA...
Conheça a programação que está sendo preparada para a realização do II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ que será sediado em GoiâniA-Go.Ingresse no grupo e faça suas ações em prol da PAZ no mundo, em qualquer lugar do planeta que voce estiver!
Entre no site:
http://festivalmundialdapaz2.ning.com/
http://www.unipazgoias.org.br
De 04 à 07 de setembro de 2009
Local: Goiânia
Capital: Goiás
Site ou Mapa: http://www.unipazgoias.org.br
Info de contato: 62-3941-5556 / 3941-5557
Tipo de evento: Festival
Organizado por: FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ
Venha Conhecer esta bela cidade.
Onde estiver, apresente-se como voluntário e vamos re-construir o mundo para a PAZ.
Catarina Cavalcante de Jesus
Membro do Comitê de Espiritualidade do II FESTIVAL MUNDIAL DA PAZ QUE SERÁ SEDIADO EM GOIÂNIA-GOIÁS-BRASIL.
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
4 de dez. de 2008
Diga Sim para Santa Bela e Forte Catarina
Dulce Magalhães para redeunipaz,
Olá Povo da Paz,
Este é um pedido específico da Cruz Vermelha para atendimento às
vítimas das enchentes:
- Água, leite, alimentos não perecíveis;
- Copo descartável, fita crepe;
- Algodão, esparadrapo, gaze, termômetro, seringas, máscaras
descartáveis,
- Anti-térmicos e Anti-febris (Tylenol, Aspirina, AAS, Dramin,
Dipirona, Dorflex),
- Buscopan, Dicoflenaco Sódico;
- Soro fisiológico, Ppovidine, Neomicina, água oxigenada;
- Ataduras de todos os tipos, crepon, gessada;
- Pomada para picadas de insetos;
- Repelente e Inseticida;
- Luva faxina pesada e luva descartável cirurgica;
- Panos de limpeza, água sanitária, baldes, rodos e vassouras;
- Saco de lixo preto forte;
- Álcool;
- TNT para fazer lençóis descartáveis.
Os donativos podem ser encaminhados à Cruz Vermelha, em Floripaz, na
Rua Santos Saraiva, 821 ou pelo telefone 48 3244 6681 para ser
coletado em seu endereço.
Na paz,
Dulce Magalhães
www.clicrbs.com.br/sacerdotisa
Manifeste sua Paz!
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
12 de nov. de 2008
191° Aniversário do Nascimento de Bahá'u'lláh (1817/1892)
12/11/2008
Nosso saudoso e sempre radiante Osmar Mendes, falecido este ano, era um emérito pesquisador, um mergulhador contumaz no oceano infindável que é a Revelação Bahá'í. O texto a seguir foi por ele pesquisado, sistematizado e lapidado. Seu Osmar, como era carinhosamente chamado, nos ofereceu este texto por ocasião da celebração do aniversário de nosso Bem-Amado. Um dia sagrado como o de hoje. Deleitemo-nos com essa saborosa leitura!
I - O MANIFESTANTE DE DEUS
De bilhões e bilhões de seres humanos nascidos neste planeta nos últimos cinco mil anos que a História registra, apenas nove deles receberam do Criador Supremo uma condição de vida que os qualifica como Manifestantes de Deus, ou Mensageiros de Deus. São eles: Abraão, Krishna, Zoroastro, Buda, Moisés, Jesus, Maomé, o Báb, e Bahá´u´lláh.
Por que?
O Manifestante de Deus é o Arquétipo, e Sua vida o padrão supremo. Sua visão, não limitada ao tempo e ao espaço, abrange tanto o futuro como o passado. Ele é o único e imprescindível elo entre um ciclo de evolução social e outro. Sem Ele a História não teria significado e a coordenação de seus fatos seria impossível. Ainda mais, o Manifestante de Deus libera profundas reservas de poder espiritual e desperta as forças latentes no ser humano. Através dEle, e somente através de Sua intercessão, pode o Homem atingir o ?segundo nascimento.? Através dEle, e somente através dEle, pode o Homem conhecer a Deus.
A grandeza altaneira, a majestade do porte e a terna beleza da vida de um Manifestante de Deus não podem ser entendidas plenamente apenas pelos acontecimentos relacionados à uma vida santificada. A grandiosidade de tal vida expressa-se principalmente através daquela influência misteriosa que o Manifestante Divino exerce sobre um incontável número de vidas humanas.
O Mensageiro Divino é a Fonte da Luz do mundo espiritual, assim como o sol é a Fonte da luz do mundo natural. Do mesmo modo que o sol material brilha sobre a Terra, fazendo crescer e desenvolver-se os organismos materiais, também o Sol da Verdade, através do Manifestante Divino, brilha sobre o mundo da alma e do coração, educando os pensamentos, a moral e o caráter dos homens.
E assim como os raios do sol material têm uma influência que penetra nos mais obscuros e sombrios recantos do mundo, dando calor e vida até a seres que nunca viram o próprio sol, assim também a emanação do Espírito Santo, através do Manifestante de Deus, exerce uma influência sobre a vida de todos os seres humanos, até a daqueles que não conhecem a existência desse ser especial. O advento do Manifestante é como a vinda da primavera ? uma primavera divina. É um dia de Ressurreição no qual os espiritualmente mortos adquirem uma vida nova, a realidade das religiões divinas é renovada e restabelecida...
?O Dia em que os mais excelentes favores de Deus são profusamente concedidos à Humanidade, o Dia em que Sua poderosa misericórdia é infundida em todas as criaturas.?
Mirzá Husayn ´Alí Nurí, a Quem a História conhece como Bahá´u´lláh ? a Glória de Deus ? é um Manifestante de Deus. Nasceu na madrugada de 12 de novembro de 1817, em Teerã, capital do Irã, cujo aniversário comemoramos nesta oportunidade.
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II - COMO SURGE UM MANIFESTANTE DE DEUS?
O próprio Bahá´u´lláh explica:
''O Invisível (Deus) de modo algum pode encarnar Sua Essência e revelá-la aos homens. Ele está, e sempre esteve, imensamente elevado acima de tudo o que se pode relatar ou perceber... Aquele que está para sempre oculto dos olhos dos homens, jamais poderá ser conhecido, salvo através de Seu Manifestante...''
''E como não pode haver laço direto para ligar Deus Uno e Verdadeiro à Sua criação... Ele ordenou que em cada era e Dispensação uma Alma pura e imaculada se manifestasse nos reinos da terra e do céu. A esse Ser sutil, esse Ser misterioso e etéreo, Ele atribuiu uma natureza dupla: a física, pertencente ao mundo da matéria, e a espiritual, oriunda da substância do próprio Deus.''
''Conferiu-Lhe também um grau duplo: o primeiro, ao qual se relaciona, é Sua mais íntima realidade, representa Deus como um Ser cuja voz é a voz do próprio Deus... O segundo é o grau humano... Essas essências do desprendimento, essas esplendorosas Realidades, são os veículos da graça onipresente de Deus. Seguindo a luz da guia infalível e possuidores de soberania suprema, são incumbidos de usar a inspiração de Suas palavras, as emanações de Sua graça perene e a brisa santificadora de Sua Revelação para purificar todo coração ardente e espírito receptivo, livrando o ser humano do pó das impurezas e limitações terrenas.''
(Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh)
--- Apenas como ilustração da grandeza e pureza da vida do Mensageiro Divino:
III - O SER HUMANO BAHÁ´U´LLÁH:
1. Como Criança: A infância de Bahá'u'lláh foi causa de deslumbramento para Sua mãe, conforme ´Abdu'l-Bahá relembrou um dia. Ele nunca chorava, nunca mostrava impaciência. Mirzá Buzurg, Seu pai, chegou à conclusão que dentre todos os seus filhos e filhas, este filho, Mirzá Husayn-´Alí, era alguém bem diferente.
Quando ainda criança de cinco ou seis anos, Bahá'u'lláh sonhou que se encontrava em um jardim onde enormes pássaros voavam sobre sua cabeça e O atacavam, mas eles não podiam feri-Lo; então foi banhar-se no mar e lá foi atacado por peixes, mas eles também não podiam fazer-lhe mal. Bahá'u'lláh relatou este estranho sonho a Seu pai, e Mirzá Buzurg chamou à sua presença um homem afamado por interpretar sonhos. Depois de fazer seus cálculos, ele disse a Mirzá Buzurg que a extensão do mar era este mundo em sua totalidade, e que os pássaros e os peixes eram as pessoas do mundo assaltando seu Filho, porque Ele estaria promulgando algo de importância vital relacionada com as mentes dos homens. Mas eles seriam impotentes para prejudicá-Lo, pois Ele triunfaria sobre todos eles para alcançar um assunto momentoso.
2. Como jovem: A educação e instrução que Mirzá Husayn-´alí recebeu foram muito limitadas, tanto em natureza como em extensão, como Ele mesmo afirma na Epístola dirigida a Násiri´d-Dín Sháh: ?O conhecimento corrente entre os homens, não estudei; suas escolas não freqüentei. Pergunte na cidade onde residi para que fique bem assegurado de que não sou daqueles que falam falsamente!?
Naqueles dias, os filhos de lares da nobreza recebiam educação sobre matérias que se adequassem às suas posições na vida, tais como montar a cavalo, usar uma arma, manejar a espada, caligrafia, conhecer as obras dos grandes poetas clássicos de sua terra, um bom conhecimento decorrente da leitura do Livro Sagrado, o Alcorão, e dificilmente algo mais. Recebiam tal tipo de instrução através de tutores especialmente contratados pelos pais e que deviam também ensinar boas maneiras.
Mas à medida que Mirzá Husayn-´Alí crescia, espalhava-se cada vez mais a fama de Sua inteligência aguçada, Sua mente alerta, Seu caráter ilibado, Sua benevolência, compaixão e natureza bondosa.
Aos quatorze anos de idade, Seu entendimento raro, Seu poder de argumentação, e Sua capacidade de exposição inigualável já eram bem conhecidos em todos os círculos. No entanto, Ele nunca se mostrava agressivo nem inclinado a discussões; ao contrário, era sempre cortês e paciente. Somente uma coisa despertava Sua ira, era quando alguém fazia alguma referência desrespeitosa aos Mensageiros de Deus e Seus Escolhidos. Mesmo assim Ele admoestava o ofensor de uma forma gentil e calma.
(Livro de H. Balyuzi, ?Bahá´u´lláh ? O Rei da Glória? )
3.Como adulto: Apenas um exemplo de Bahá´u´lláh na idade adulta: São palavras do único ocidental que teve uma entrevista exclusiva com Ele, o eminente orientalista, professor Edward G. Browne, da Universidade de Cambridge, que visitou Bahá´u´lláh em Sua residência em Bahjí, ´Akká, em 1890. Registrou o seguinte sobre seu encontro com o Mensageiro Divino, ao adentrar a sala onde Bahá´u´lláh se encontrava:
''... O meu guia parou por um momento enquanto eu tirava os sapatos. Então, com um rápido movimento de mão, retirou-se e, enquanto eu passava, abriu as cortinas; encontrei-me numa ampla sala, em cujo fim havia um divã baixo, e do lado oposto duas ou três cadeiras. Embora vagamente suspeitasse para onde ia e com quem haveria de estar (pois nenhuma informação me havia sido dada nesse sentido), passaram-se um ou dois segundos antes que eu, palpitante de admiração e reverência, tomasse finalmente consciência de que a sala não estava deserta.
No canto, onde o divã tocada a parede, sentava-se uma maravilhosa e venerável figura... Jamais posso esquecer-me da fisionomia daquele a Quem olhava, embora não possa descrevê-la. Aqueles olhos penetrantes pareciam ler-nos a própria alma; poder e autoridade residiam naquela testa larga, enquanto as linhas profundas na fronte e no rosto indicavam uma idade que os cabelos pretos de azeviche e a barba que, em indistinguível magnificência quase tocava a cintura, pareciam desmentir. Não me foi preciso perguntar na presença de quem eu estava, enquanto curvei-me diante daquele que é o objeto de uma devoção e amor que os reis poderiam invejar, e os imperadores almejar em vão!''
(''Bahá'u'lláh e a Nova Era'', p. 38)
SUA CONTRIBUIÇÃO COMO MENSAGEIRO DIVINO:
- Os Escritos de Bahá'u'lláh:
Como a Bíblia é para os judeus, os Evangelhos para os cristãos, ou o Alcorão para os muçulmanos, os escritos revelados por Bahá'u'lláh são considerados pelos bahá´ís como a Palavra de Deus e formam a base oficial da Fé Bahá´í.
A quantidade de escritos produzidos por Bahá'u'lláh em muito excede o número dos escritos das revelações dos Mensageiros de Deus que O precederam. O próprio Bahá'u'lláh estimou que o total de Suas obras somam a mais de 100 volumes, se todos fossem reunidos em uma série de livros.
Seus escritos são caracterizados por um vasto campo de estilos. Bahá'u'lláh escreveu tanto em árabe como em persa, demonstrando maestria insuperável em ambos os idiomas. Alguns trabalhos são apresentados como se fosse a voz do próprio Deus, em linguagem elevada e em bela prosa literária. Outros, são declarações diretas sobre moral e ética. Outros ainda, são trabalhos místicos e poéticos. Muitos de Seus escritos são cartas dirigidas a pessoas, chamadas de epístolas. Muitas delas ainda permanecem sem tradução. Seus trabalhos centrais, porém, foram todos traduzidos em muitos dos principais idiomas -- e seleções de Seus escritos foram traduzidos em mais de 800 idiomas e dialetos. Em português, todas as principais obras de Bahá'u'lláh existentes em inglês, foram traduzidas e publicadas pela Editora Bahá´í do Brasil.
- Seus ensinamentos para a transformação da sociedade:
Uma das características extraordinárias dos escritos de Bahá'u'lláh é o grau com que identificam exatamente as questões e as mudanças que mais preocuparam a humanidade no século XX e continuam preocupando neste início do século XXI.
O tema central de ensinamentos sociais de Bahá'u'lláh é que a humanidade é uma única raça e que é chegado o dia para a sua unificação em uma sociedade global. O reconhecimento da nossa unicidade essencial, declaram os escritos bahá'ís, proporciona o surgimento de um número de princípios sociais progressivos e novos ideais que os bahá'ís procuram promover no mundo inteiro.
Estes princípios sociais incluem a eliminação de todas as formas de preconceito, o estabelecimento da completa igualdade entre homens e mulheres, o reconhecimento da unicidade essencial das grandes religiões do mundo, a eliminação dos extremos entre a pobreza e a riqueza, a provisão da educação universal, a promoção de um padrão elevado de conduta pessoal, o reconhecimento da harmonia entra a ciência e a religião, a busca de um equilíbrio constante entre a natureza e a tecnologia e o estabelecimento de um sistema federal baseado na segurança coletiva.
Quando se considera como de forma tão próxima estes princípios associam os interesses sociais - das relações raciais à justiça econômica que alimentou os mais dinâmicos movimentos século XX; é claro que nunca houve um futurista, vidente, ou profeta cuja visão previsse tão exatamente as características críticas do quadro social. Longe de desvanecerem-se no irrelevante, as questões que Bahá'u'lláh focalizou vieram para transformar a vida coletiva da humanidade no século XXI.
- Seus ensinamentos para a evolução humana:
- Educação:
Bahá´u´lláh é considerado o ?Grande Educador da humanidade.? Por isso, ênfase especial é dada à educação como a chave para alavancar a imensa capacidade da humanidade para o desenvolvimento, para o progresso e para a verdadeira prosperidade, que harmoniza os fatores materiais e espirituais da vida humana.
''Considerai o homem como uma mina rica em pedras preciosas de inestimável, valor'' Bahá'u'lláh escreveu. ''A educação, tão-somente, poderá proporcionar a revelação desses tesouros e capacitar a humanidade a beneficiar-se disso.''
A educação, em conformidade com tal princípio, deve ser universal, incorporar valores espirituais positivos e atitudes morais. Os bahá'ís prevêem um futuro quando até mesmo ''a educação básica'' vai além da aprendizagem habitual e do ensino de habilidades simples. Os estudantes devem receber as ferramentas para que eles próprios possam analisar as condições sociais e as exigências da época para participarem do planejamento e das ações da comunidade e investigar a verdade por si mesmos. A unidade da humanidade é um elemento essencial de cada currículo bahá'í .
- Alguns dos Princípios básicos trazidos por Bahá'u'lláh:
- Unidade da humanidade,
- Igualdade entre homens e mulheres,
- Eliminação de preconceitos,
- Eliminação dos extremos de riqueza e pobreza,
- Independente investigação da verdade,
- Educação universal,
- Tolerância religiosa,
- Harmonia da ciência e religião,
- Uma comunidade mundial de nações,
- Um idioma universal auxiliar,
- Bahá'u'lláh enfatiza a importância dos Seus seguidores manterem sempre um elevado padrão moral, que inclui:
- Honestidade,
- Fidedignidade,
- Castidade,
- Serviço aos outros,
- Generosidade,
- Atos de serviço ao próximo,
- Pureza de motivos,
- Atos, mais que palavras,
- Unidade na diversidade,
- Trabalho como forma de adoração.
- E proíbe terminantemente:
- matar,
- roubar,
- mentir,
- adultério e promiscuidade,
- jogos de azar,
- bebidas alcoólicas,
- uso de drogas,
- falatórios e calúnia.
- Abrangência mundial das comunidades bahá´ís:
Em pouco mais de 160 anos, a Fé Bahá´í cresceu de um obscuro movimento no Oriente Médio à segunda das religiões mundiais mais espalhadas no mundo. Englobando mais de 2.100 grupos étnicos, raciais e tribais, é hoje o grupo organizado de pessoas mais diversificado no planeta. Sua unidade na diversidade e seu crescimento em todas as regiões do globo é uma prova da unidade do ser humano e a certeza da proximidade de uma era de paz e fraternidade, de justiça e progresso --- para todos os povos.
A Fé Bahá´í situa-se hoje entre as religiões mundiais de maior crescimento. Com mais de cinco milhões de seguidores, que residem em virtualmente todas as nações da Terra, é a segunda fé mais espalhada no mundo após o Cristianismo. Os bahá´ís vivem em mais de cem mil localidades nos cinco continentes, uma expansão que reflete sua dedicação ao ideal de cidadania mundial.
- Oportunidades para todos:
Atualmente, em todas as comunidades bahá´ís no mundo inteiro, desenvolve-se um programa de espiritualização individual, para crianças, jovens e adultos, através de atividades educacionais informais conhecidas como:
· Reuniões Devocionais:
A prática de orações e meditação em pequenos grupos, com regularidade normalmente semanal, nas sedes locais e nas residências de famílias bahá´ís.
· Círculos de Estudo:
Uma seqüência de livros para estudo em pequenos grupos, tratando de temas espirituais diretamente relacionados à vida das pessoas e seu desenvolvimento espiritual. Com os estudos didaticamente bem organizados, e com as práticas recomendadas, todos os participantes vêem-se transformados gradativamente, alcançando um estado moral e espiritual elevado, que lhe traz alegria, felicidade e uma finalidade superior de vida.
· Aulas de educação espiritual às crianças e pré-jovens:
Programas regulares, coordenados por instrutores capacitados, as atividades abertas às crianças e aos pré-jovens ajudam a formar o caracter moral e espiritual dos futuros cidadãos do mundo e transformadores da sociedade humana, dentro de padrões os mais elevados da natureza humana, inspirados nos ensinamentos divinos revelados por Bahá´u´lláh.
*************
Para concluir, três textos jubilosos de Bahá´u´lláh:
'Toda a glória a este Dia, o Dia em que as fragrâncias da misericõdia divina manaram sobre todas as coisas criadas, um Dia tão abençoado que os séculos passados, os tempos idos, não podem esperar jamais rivalizá-lo.''
''O tempo predestinado para os povos e raças da terra é agora chegado. As promessas de Deus, como registradas nas Sagradas Escrituras, foram todas cumpridas.''
''Bem-aventurado, em verdade, será o homem que tiver renunciado a todas as coisas e fixado seus olhos n´Aquele Cuja face irradiou iluminação sobre todos os que estão no céu e todos os que estão sobre a terra.''
*************
Esta é também a nossa mensagem e um convite para os amigos considerarem usufruir, integralmente, os favores prometidos por Deus e Seus Mensageiros, oferecidos com muito amor e sinceridade pela Comunidade Bahá´í do Brasil, neste Dia em que se comemora mais um aniversário de nascimento de Bahá'u'lláh, o Mensageiro Divino da Nova Era.
Fonte: Texto pesquisado pelo Sr. Osmar Mendes.
NOTÍCIAS da ABEN:
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
11 de nov. de 2008
Conferência do Ponto Mediano do Plano de Cinco Anos
FÉ BAHÁ'Í NO BRASIL
Reserve 20 e 21/12/2008 para Baháu´lláh !
Brasil sediará Conferência do Ponto Mediano do Plano de Cinco Anos
28/10/2008 13:46:48
Certamente que estamos vibrando com as boas novas contidas na mensagem da Casa Universal de Justiça enviada aos bahá'ís do mundo por ocasião da celebração do Aniversário do Exaltado Báb.
E ficamos ainda mais felizes por termos o privilégio de organizarmos um portentoso evento para “... celebrar as proezas já realizadas durante o Plano como para deliberar sobre suas atuais necessidades”.
O Brasil estará sendo anfitrião das comunides nacionais do Paraguai e do Uruguai.
A data da conferência de São Paulo já foi confirmada pela Casa de Justiça, será nos dias 20 e 21 de dezembro de 2008 e se espera a participação do maior número possível dos membros de nossa comunidade nacional, sejam ou não membros de Instituições.
É de grande importância que os amigos dos agrupamentos que já lançaram ou têm a meta de lançarem seu programa intensivo de crescimento nos próximos meses venham maciçamente a esta Conferência do Ponto Mediano do Plano de Cinco Anos.
Virão, como representantes da Casa de Justiça nesta Conferência, os membros do Centro Internacional de Ensino Dra. Penelope Walker e Sr. Juan Mora.
Sobre os detalhes de aspectos logísticos da Conferência, como local, custos, hospedagem, programa etc., a Assembléia Nacional estará informando aos amigos muito em breve.
O importante, neste exato momento, é que cada um reserve os dias 20 e 21 de dezembro para assistirem à Conferência. Aqueles que já tenham reservado esses dois preciosos dias para alguma outra viagem são solicitados a reconsiderarem os compromissos já assumidos de forma a que tenham o sagrado privilégio de atender a esta CONVOCAÇÃO de nossa bem-amada Casa Universal de Justiça.
Fonte: ABEN
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
Doces Sabores da Santidade
Povo de Bahá!!
Bem-aventurado é o povo de Bahá!
Deus dá-me testemunho! São eles o consolo da vista da criação.
por eles , os universos foram adornados e a Epístola Preservada foi embelezada.
São eles que navegam na arca da independência completa, com sua faces volvidas para a Aurora da Beleza.
Como é grande a bem-aventurança por terem atingido aquilo que seu Senhor, o Onisciente, o Possuidor de toda a sabedoria, tenha determinado.
Sua luz adornou os céus e fez brilhar a face dos que Dele se aproximaram.
Pelas tristezas que afligem a beleza do Todo-Glorioso!
Tal é a posição que se destina ao verdadeiro crente que, se sua glória fosse revelada à humanidade, num grau menor que o orifício de uma agulha, todo crente seria consumido por seu desejo ardente de atingí-la. Por isso foi decretado que, nesta vida terrena, a plenitude da Glória de seu estado permanecesse oculta dos olhos do crente.
Se se levantasse o véu e tornasse manifesta a plena glória do estado dos que se volveram inteiramente para Deus e por amor a Ele renunciariam ao mundo, a criação inteira ficaria estupefata,"
(livro: Doces Sabores da Santidade)
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
22 de out. de 2008
A PROMESSA DA PAZ MUNDIAL
Aos Povos do Mundo:
A Grande Paz - para a qual as pessoas de boa vontade orientaram os seus corações através dos séculos, acerca da qual inúmeras gerações de profetas e poetas expressaram as suas visões, e cuja promessa foi continuamente reafirmada ao longo das eras nas escrituras sagradas da humanidade - encontra-se agora, finalmente, ao alcance das nações. Pela primeira vez na História, é agora possível ver o planeta em sua totalidade, com os seus mil e um povos diversificados, a partir da mesma perspectiva. A paz mundial não é somente possível, mas inevitável. É o próximo estágio na evolução deste planeta - ou, conforme disse um grande pensador, "a planetização da humanidade".
Se essa paz será alcançada somente depois de horrores inimagináveis, precipitados pelo apego obstinado da humanidade a velhos padrões de comportamento, ou se será concretizada agora através de um ato de vontade coletiva - eis a escolha que se oferece a todos os que habitam a Terra. Nesta conjuntura crítica, em que os problemas de difícil tratamento que confrontam as nações foram fundidos numa preocupação comum pelo bem-estar do mundo todo, a nossa inércia face à maré de conflitos e de desordem seria por demais irresponsável.
Entre os sinais favoráveis que podemos discernir contam-se a força crescente de medidas tomadas em prol da ordem mundial, a partir do primeiro quartel deste século, através da constituição da Liga das Nações, sucedida pela ainda mais ampla Organização das Nações Unidas; a independência obtida pela maioria das nações da terra após a II Guerra Mundial, fato que aponta para a conclusão do processo de construção de nações, e a participação dessas nações mais jovens, juntamente com as mais antigas, na abordagem de questões de interesse mútuo; o grande aumento conseqüentemente verificado na cooperação, entre povos e grupos antes isolados e antagônicos, em empreendimentos internacionais nos domínios científicos, educativo, jurídico, econômico e cultural; o aparecimento durante as últimas décadas de um número sem precedentes de organizações humanitárias internacionais; a expansão de movimentos femininos e juvenis com o propósito de por fim às guerras; e a constituição espontânea de grupos cada vez maiores de pessoas comuns em busca de maior compreensão através da comunicação pessoal.
Os avanços científicos e técnicos que têm ocorrido durante este século invulgarmente abençoado, pressagiam um grande impulso para o progresso na evolução social do planeta, e apontam os meios através dos quais se poderão resolver os problemas práticos da humanidade. Esses avanços materiais oferecem, na verdade, os próximos meios para a administração da vida complexa de um mundo unido. Não obstante, as barreiras persistem. As dúvidas, os equívocos, os preconceitos, as suspeitas e os interesses mesquinhos dominam as nações e os povos em suas relações uns com os outros.
É por isso que, guiados por um profundo sentido de dever moral e espiritual, nos sentimos impelidos a chamar a vossa atenção, neste momento tão oportuno, para as percepções aguçadas que, há mais de um século, foram pela primeira vez comunicadas aos governantes da humanidade por Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í, da qual somos fideicomissários.
"Os ventos de desespero", escreveu Bahá’u’lláh,"sopram de todas as direções, e a contenda que divide e aflige a raça humana aumenta dia a dia. Os sinais de caos e convulsões iminentes podem agora ser discernidos, na medida em que, lastimavelmente, a ordem predominante demonstra ser defeituosa". Este juízo profético tem sido amplamente corroborado pela experiência comum da humanidade. Os defeitos existentes na ordem prevalecente estão patentes na incapacidade manifestada pelos Estados soberanos, organizados nas Nações Unidas, em exorcizar o espectro da guerra, a ameaça de um colapso da ordem econômica internacional, o alastramento da anarquia e do terrorismo, e o sofrimento intenso que estas e outras aflições estão causando a um número crescente de seres humanos. De fato, as agressões e os conflitos têm de tal maneira caracterizado os nossos sistemas sociais, econômicos e religiosos, que muitos já se entregaram à noção de que tal comportamento é intrínseco à natureza humana e, conseqüentemente, é inextirpável.
Com a consolidação desse ponto de vista, assistimos ao desenvolvimento de uma contradição paralisante nos afazeres humanos. Por um lado, as pessoas de todas as nações proclamam não só o seu anseio de paz e harmonia, mas também a sua disposição de estabelecê-las e de por termo às apreensões devastadoras que atormentam as suas vidas diárias. Por outro lado, concede-se aceitação indiscriminada à noção de que os seres humanos são incorrigivelmente egoístas e agressivos, e, portanto, incapazes de erigir um sistema social simultaneamente progressivo e pacífico, dinâmico e harmonioso - um sistema que dê liberdade à iniciativa e à criatividade individuais, mas baseadas na cooperação e na reciprocidade.
À medida que a necessidade de paz se afigura mais urgente, esta contradição fundamental, que impede a sua concretização, exige uma reavaliação das suposições em que se fundamenta a conclusão comumente aceita quanto à triste condição histórica da humanidade. Quando examinadas com imparcialidade, as provas existentes revelam que tal conduta, longe de expressar a verdadeira essência do homem, representa na verdade uma distorção do espírito humano. A aceitação desta conclusão permitirá a todos os povos mobilizar forças sociais construtivas, que, por serem congruentes com a natureza humana, encorajarão a harmonia e a cooperação em vez da guerra e do conflito.
A escolha de tal curso não implica a negação do passado da humanidade, mas sim a sua compreensão. A Fé Bahá’í encara a atual confusão que reina no mundo e o estado calamitoso em que se encontram os afazeres humanos como uma fase natural num processo orgânico que conduzirá, final e irresistivelmente, à unificação do gênero humano sob uma ordem social única, cujos únicos limites serão os do planeta. A humanidade, vista como um todo distinto e orgânico, passou por estágios evolucionários análogos aos estágios de infância e adolescência que ocorrem nas vidas dos seus membros individuais. E, agora, está atravessando o período culminante em que a sua adolescência turbulenta se abeira da tão longamente aguardada maioridade.
O mero reconhecimento de que os preconceitos, as guerras e a exploração têm sido as expressões de estágios imaturos num vasto processo histórico, e de que a humanidade está presentemente experimentando o tumulto inevitável que prenuncia a sua maioridade coletiva, não deve constituir motivo de desespero, mas antes ser encarado como condição prévia para o empreendimento da estupenda tarefa da construção de um mundo pacífico. O tema cujo exame propomos é o de que tal empreendimento é possível, de que as necessárias forças construtivas existem, e de que podem ser erguidas estruturas sociais unificadoras.
Sejam quais forem os sofrimentos e as convulsões que os próximos anos possam encerrar, e por mais sombrias que sejam as circunstâncias imediatas, a Comunidade Bahá’í crê que a humanidade pode enfrentar essa prova suprema com confiança em seu resultado final. Longe de assinalarem o fim da civilização, as transformações convulsivas, em cuja direção a humanidade está sendo cada vez mais rapidamente impelida, servirão para liberar "as potencialidades inerentes à condição do homem" e revelar "a plena medida do seu destino sobre a terra, e a excelência inata de sua realidade".
I
Os dons naturais que distinguem o gênero humano de todas as outras formas de vida encontram-se resumidos naquilo a que se chama espírito humano; o intelecto é a sua qualidade essencial. Esses dons permitiram à humanidade construir civilizações e prosperar materialmente. Mas tais realizações, por si só, nunca saciaram o espírito humano, cuja natureza misteriosa o predispõe para a transcendência, para estender-se em direção a um domínio invisível, à realidade suprema, àquela essência das essências incognoscível chamada Deus. As religiões, trazidas à humanidade por um série de luminares espirituais, têm sido os principais elos de ligação entre a humanidade e essa realidade suprema, e têm galvanizado e refinado a capacidade da humanidade para alcançar o sucesso espiritual juntamente com o progresso social.
Nenhuma tentativa séria de endireitar os afazeres humanos e de alcançar a paz mundial pode ignorar a religião. A sua percepção e prática pelo homem são assuntos amplamente cobertos pela História. Um eminente historiador descreveu a religião como "uma faculdade da natureza humana". Que a perversão desta faculdade tenha contribuído em grande parte à confusão que atualmente reina no mundo, e os conflitos existentes entre os indivíduos e no seu íntimo, dificilmente pode ser negado. Ao mesmo tempo, nenhum observador imparcial pode menosprezar a influência preponderante exercida pela religião sobre as expressões vitais da civilização. Mais ainda, a sua indispensabilidade à ordem social tem sido repetidamente demonstrada pelo seu efeito direto sobre as leis da moralidade.
Falando da religião como força social, Bahá’u’lláh disse: "A religião é o maior de todos os meios para o estabelecimento da ordem no mundo para o contentamento pacífico de todos os que nele habitam". Referindo-se ao eclipse ou à corrupção da religião, ele escreveu: "Se a lâmpada da religião for obscurecida, reinarão o caos e a confusão, e as luzes da eqüidade, da justiça, da tranqüilidade e da paz deixarão de brilhar". Enumerando as conseqüências disso, as Escrituras Bahá’ís destacam o fato de que, "nestas circunstâncias, a perversão da natureza humana, a degradação do comportamento humano, a corrupção e a dissolução das suas instituições revelam-se em seus aspectos mais repugnantes e revoltantes. O caráter humano é aviltado, a confiança é abalada, os nervos da disciplina são relaxados, a voz da consciência humana é silenciada, o sentido da decência e da vergonha é velado, os conceitos do dever, da solidariedade, da reciprocidade e da lealdade são distorcidos, e os próprios sentimentos de paz, alegria e esperança extinguem-se gradualmente.
Se, por conseguinte, a humanidade chegou a uma situação de conflitos paralisantes, precisa então olhar para si mesma, para a sua própria negligência, para os cantos de sereia a que tem dado ouvidos, para a fonte dos mal-entendidos e da confusão perpetrada em nome da religião. Àqueles que se têm agarrado cega e egoisticamente às suas ortodoxias particulares, e que impulseram aos seus devotos interpretações errôneas e contraditórias dos pronunciamentos dos Profetas de Deus, a esses cabe uma pesada responsabilidade por toda esta confusão - uma confusão agravada pelas barreiras artificiais erguidas entre a fé e a razão, a ciência e a religião. Isto porque, partindo-se de um exame imparcial dos pronunciamentos feitos efetivamente pelos Fundadores das grandes religiões, e levando-se em conta os meios sociais em que tiveram de cumprir as suas missões, não se vislumbram fundamentos para as alegações e os preconceitos que transformam as comunidades religiosas do mundo, e, conseqüentemente, todos os afazeres humanos.
O ensinamento de que deveríamos tratar os outros tal como gostaríamos de ser tratados, uma ética repetida de várias maneiras em todas as grandes religiões, apoia esta última observação em dois aspectos particulares: resume a atitude moral, o aspecto promotor da paz que emana dessas religiões, independentemente do lugar ou da época em que tiveram a sua origem; e implica também um aspecto de unidade que é a sua virtude essencial, uma virtude que a humanidade, com a sua visão fragmentada da História, não tem podido apreciar.
Se a humanidade tivesse visto os Educadores da sua infância coletiva em seu verdadeiro caráter, como agentes de um processo civilizatório, teria indubitavelmente colhido benefícios incalculavelmente maiores dos efeitos cumulativos das suas sucessivas missões. Desafortunadamente, não o fez.
O ressurgimento da religiosidade fanática, que atualmente se observa em muitas terras, não pode ser visto senão como um derradeiro espasmo antes da sua extinção. A própria natureza dos fenômenos violentos e destrutivos a ele associados é atestado eloqüente da falência espiritual que representa. Efetivamente, uma das características mais estranhas e mais tristes de irrupção atual do fanatismo religioso é o modo como, em cada caso, está minando não só os valores espirituais conducentes à unidade da humanidade, mas também aquelas vitórias morais únicas ganhas pela religião particular a que pretende servir.
Por mais vital que tenha sido a sua força ao longo da História da humanidade, e por mais dramático que seja o atual ressurgimento do fanatismo religioso militante, a religião e as instituições religiosas, no decorrer das últimas décadas, estão sendo considerados por um número crescente de pessoas como irrelevantes em relação às principais preocupações do mundo moderno. Em seu lugar, as pessoas voltaram-se ou para a procura hedonística da satisfação material, ou para a devoção a ideologias fabricadas pelos homens com o objetivo de salvar a sociedade dos males evidentes de que padece. Lamentavelmente, muitas dessas ideologias, em vez de abraçarem o conceito de unidade da humanidade e promoverem o aumento da concórdia entre os diversos povos, manifestaram tendência a deificar o Estado, a sujeitar o resto da humanidade ao domínio de uma nação, raça ou classe, a procurar suprimir toda a discussão e o intercâmbio de idéias, ou a abandonar friamente milhões de seres humanos à sorte de um sistema d mercado que, de forma mais que patente, esta agravando as agruras em que se encontra a maioria da humanidade, ao mesmo tempo que permite que pequenas parcelas vivam em condições de riqueza, com que nossos antepassados dificilmente poderiam sonhar.
Como são trágicos os resultados da fés substitutas que os sábios mundanos da nossa era criaram! Na desilusão maciça de populações inteiras que foram ensinadas a venerar em seus altares, pode ler-se o veredicto irreversível da História acerca do seu valor. Os frutos que essas doutrinas produziram, após décadas de um exercício cada vez mais irrestrito do poder por aqueles que lhes devem a sua ascensão no mundo dos homens, são as enfermidades sociais e econômicas que invadem todas as regiões do mundo nos anos finais deste século XX. Na base de todas essas aflições exteriores estão os danos espirituais, refletidos na apatia que se apossou da massa dos povos de todas as nações e na extinção da esperança nos corações de milhões de destituídos e angustiados.
Chegou o momento em que aqueles que pregam os dogmas do materialismo, quer do Leste ou do Oeste, tanto o capitalismo quanto o socialismo, terão de apresentar contas da tutela moral que têm presumido exercer. Onde está o "novo mundo" prometido por essas ideologias? Onde está a paz internacional a cujos ideais proclamaram a sua devoção? Onde estão os avanços para novos domínios de progresso cultural, produzidos pelo enaltecimento desta raça, daquela nação ou de determinada classe? Por que é que a vasta maioria dos povos do mundo está se afundando cada vez mais na fome e na miséria, quando os árbitros atuais dos afazeres humanos têm a sua disposição riquezas incalculáveis, a uma escala jamais concebida pelos Faraós e pelos Césares, e nem mesmo pelas potências imperialistas do século passado?
Muito em especial, é na glorificação das conquistas materiais - simultaneamente origem e característica comum de todas essas ideologias - que encontramos as raízes da falsa crença de que seres humanos são incorrigivelmente egoístas e agressivos. E é aqui que o terreno tem que ser desobstruído para a edificação de um novo mundo digno dos nossos descendentes.
A conclusão de que os ideais materialistas falharam, quando examinados à luz da experiência, evoca um reconhecimento honesto de que tem de ser feito agora um novo esforço para encontrar soluções para os problemas angustiosos do planeta. As condições intoleráveis que predominam na sociedade falam de fracasso comum de todos eles, circunstâncias que tende a reforçar, em vez de aliviar, o entrincheiramento de parte a parte. Claramente, há necessidade urgente de um esforço em comum para remediar tal estado de coisas. O que é preciso, acima de tudo, é uma mudança de atitude. Irá a humanidade continuar com a sua obstinação, apegada a conceitos superados e suposições impraticáveis? Ou irão os seus dirigentes, independentemente das suas ideologias, dar um passo à frente e, animados por uma vontade inabalável, conferenciar uns com os outros, numa procura solidária de soluções apropriadas?
Aqueles que se interessam pelo futuro do gênero humano bem podem ponderar este conselho: "Se os ideais há muito nutridos, se as instituições honradas pelo tempo, se certas suposições sociais ou fórmulas religiosas já não promovem o bem-estar geral da humanidade, se deixaram de corresponder às necessidades de uma humanidade em constante evolução, que sejam, então, repelidos e relegados ao limbo das doutrinas obsoletas e esquecidas. Por que razão, num mundo sujeito à lei imutável da transformação e da decadência, deveriam ficar isentos da deterioração que há necessariamente de alcançar todas as instituições humanas? Afinal, a única finalidade das normas jurídicas, das teorias políticas e econômicas, é a salvaguarda dos interesses da humanidade em seu todo - e não é a humanidade que deve ser crucificada para a preservação da integridade de qualquer lei ou doutrina particular".
II
A proscrição das armas nucleares, a proibição do uso de gases venenosos ou a interdição da guerra bacteriológica não eliminarão as causas básicas das guerras. Por mais importantes que tais medidas práticas obviamente sejam, como elementos do processo de apaziguamento, por si só elas são demasiado superficiais para poderem ter um efeito duradouro. Os povos são suficientemente engenhosos para inventar novos instrumentos de guerra, e para utilizar meios como os alimentos, as matérias-primas, as finanças, o poderio industrial, a ideologia e o terrorismo na subversão uns dos outros, numa procura incessante de supremacia e domínio. Da mesma maneira, não é possível resolver a desarticulação que atualmente reina nos afazeres da humanidade mediante a resolução de conflitos ou dissídios específicos entre as nações. Há que adotar uma estrutura universal genuína.
Decerto que não há falta no reconhecimento pelos líderes nacionais do caráter mundial do problema, que está evidente no volume crescente de questões que os confrontam diariamente. E há também uma acumulação constante de estudos e propostas de soluções apresentadas por muitos grupos interessados e esclarecidos, bem como pelas agências das Nações Unidas, de forma a dissipar qualquer possibilidade de ignorância quanto aos difíceis problemas que é preciso enfrentar. Existe, contudo uma paralisia da vontade; e é isso que tem de ser cuidadosamente examinado e abordado com firmeza. Essa paralisia tem a sua origem, com já afirmamos, numa convicção profundamente entranhada acerca da inevitável belicosidade da humanidade, o que por sua vez produziu uma relutância em considerar a possibilidade de subordinar os interesses apenas nacionais aos requisitos da ordem do estabelecimento de uma autoridade mundial unida. Isso remonta também à incapacidade das massas, em grande parte ignorantes e subjugadas, de articular o seu desejo de uma nova ordem na qual possam viver em paz, harmonia e prosperidade com toda a humanidade.
Os passos hesitantes dados em direção à ordem mundial, especialmente desde a II Guerra Mundial, oferece-nos sinais de esperança. A tendência crescente exibidas por grupos de nações, no sentido de formalizarem relações que lhes permitam cooperar em questões de interesse mútuo, sugere que, eventualmente, todas as nações poderão vencer esta paralisia. A Associação das Nações do Sudeste Asiático, a Comunidade e o Mercado Comum das Caraíbas, o Mercado Comum da América Central, o Conselho de Assistência Econômica Mútua, a Comunidade Econômica Européia, a Liga Árabe, a Organização da Unidade Africana, a Organização dos Estados Americanos, o Fórum do Pacífico Sul - todos os empreendimentos conjuntos representados por organizações como estas preparam o caminho para a ordem mundial.
A atenção crescente está sendo dedicada a alguns problemas mais enraizados do planeta constitui mais um sinal de esperança. Apesar das deficiências óbvias da ONU as mais de quarenta declarações e convenções adotadas por esta organização, mesmo quando vários de seus membros não mostraram muito zelo na aplicação de seus compromissos, deram as pessoas comuns uma nova sensação de esperança. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção sobre a Prevenção e a Punição dos Crimes de Genocídio, e outros instrumentos semelhantes relacionados com a eliminação de todas as formas de discriminação baseadas na raça, no sexo ou na crença religiosa; a afirmação dos direitos da criança; a proteção de todas as pessoas contra a sujeição à tortura; a utilização do progresso científico e tecnológico em prol da paz e em benefício da humanidade - todas estas medidas, caso corajosamente postas em práticas e ampliadas, adiantarão a chegada do dia em que o espectro da guerra terá perdido a sua capacidade de dominar as relações internacionais. É desnecessário realçar aqui os significados dos temas abordados por estas declarações e convenções. Alguns deles, porém, dada a sua relevância imediata para o estabelecimento da paz mundial, merecem alguns comentários adicionais.
O racismo, um dos males mais funestos e persistentes, constitui um obstáculo importante no caminho da paz. A prática perpetra uma violação demasiado ultrajante da dignidade dos seres humanos para poderem ser tolerada sob qualquer pretexto. O racismo o desenvolvimento das potencialidades ilimitadas das sua vítimas, corrompe os seus perpetradores e desvirtua o progresso humano. O reconhecimento da unidade da humanidade, implementando através de disposições jurídicas apropriadas tende de ser universalmente sustentado para que este problema possa ser superado.
A disparidade desmesurada entre ricos e pobres, uma fonte de intenso sofrimento mantém o mundo num de instabilidade, virtualmente a beira da guerra. Poucas sociedades têm retratado eficazmente desta questão. A sua solução requer a aplicação combinada de meios espirituais, morais e táticos. É necessário uma nova abordagem do problema, abrangendo a consulta de especialistas de uma ampla gama de disciplinas, num ambiente isento de polêmicas econômicas e ideológicas, e envolvendo pessoas diretamente afetadas pelas decisões que urgentemente terão de ser tomadas. Trata-se de uma questão que está intimamente ligada não apenas à necessidade de eliminar os extremos de riqueza e de pobreza, mas também àquelas verdades espirituais cuja compreensão pode engendrar uma nova atitude universal. A promoção de tal atitude é, em si mesma, uma parte importante da solução.
O nacionalismo desenfreado, distinto de um patriotismo são e legítimo, deve ceder o lugar de uma lealdade mais ampla - ao amor à humanidade como um todo. A esse respeito, Bahá’u’lláh afirmou que "a terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos." O conceito da cidadania mundial é uma conseqüência direta da contração do mundo através dos avanços tecnológicos e da incontestável interdependência das nações. O amor a todos os povos do não exclui o amor de cada pessoa ao seu país. E as vantagens das partes, numa sociedade mundial, são melhor servidas pela promoção das vantagens do todo. As atividades internacionais atuais, em vários campos que nutrem a afeição mútua e um sentido de solidariedade entre os povos, precisam ser substancialmente incrementadas.
Ao longo da História, as lutas religiosas têm sido a causa de inúmeras guerras e conflitos, uma praga para o progresso, e são hoje cada vez mais repugnantes - tanto às pessoas de diferentes fés como àquelas que não professam nenhum credo. Os adeptos de todas as religiões devem se dispor a encarar as questões básicas suscitadas por tais disputas, a chegar a conclusões claras. Como deverão ser resolvidas as diferenças entre elas, tanto em teoria como na prática? O problema que enfrentam os líderes religiosos da humanidade é o de contemplarem, com os corações cheios de compaixão e ânsia de verdade, a triste situação atual da humanidade, e de perguntarem humildemente a si mesmos, perante o seu Criador Todo Poderoso, se não podem conciliar as suas diferenças teológicas num grande espírito de indulgência mútua, que lhes permita trabalhar conjuntamente em prol da compreensão humana e da paz.
A emancipação da mulher - a concretização da plena igualdade entre os sexos - é um dos pré requisitos mais importantes, embora dos menos reconhecidos, para o estabelecimento da paz. A negação dessa igualdade perpetra uma injustiça contra metade da população do mundo, e promove entre os homens atitudes e hábitos nocivos que são transportados do ambiente familiar para o local de trabalho, para a vida política, e, em última análise, para a esfera das relações internacionais. Não existem quaisquer fundamentos morais, práticos ou biológicos que justifiquem essa privação. Só quando as mulheres forem bem recebidas em todos os campos de atividade humana, em condições de igualdade, é que se criará o clima moral e psicológico do qual poderá emergir a paz internacional.
A causa da educação universal, que já alistou ao seu serviço um exército de gente dedicada de todas as fés e nações, merece o maior apoio que os governos do mundo lhe possam dispensar. Afinal, a ignorância é indiscutivelmente a principal razão para o declínio e a queda dos povos, e para a perpetuação dos preconceitos. Nenhuma nação pode ter pleno êxito e se considerar realizada enquanto não facultar meios de ensino a todos os seus cidadãos. A escassez de recursos com que se debatem muitos países limita a sua capacidade de satisfazer essa necessidade, o que impõe uma certa ordenação de prioridades. Os órgãos e entidades decisórias envolvidas fariam bem em atribuir prioridades à educação das mulheres e das jovens, dado que é por intermédio de mães educadas que os benefícios do conhecimento podem ser mais rápida e eficazmente difundidos através das sociedades. Atendendo aos imperativos dos nossos dias, deveria também se dada atenção ao ensino do conceito de cidadania mundial, como elemento integral da educação normal de cada criança.
Uma falta básica de comunicação entre os povos debilita sensivelmente os esforços para o estabelecimento da paz no mundo. A adoção de uma língua auxiliar internacional poderia contribuir muito para a solução desse problema e é um assunto que merece a mais urgente consideração.
Há duas observações que devem ser feitas em relação a todos estes tópicos. Em primeiro lugar, que a abolição da guerra não depende só de assinatura de tratados e protocolos; isso é uma tarefa assaz complexa que requer uma nova dimensão de comprometimento para a solução de questões que não costumam ser associadas à busca da paz. Quando baseada exclusivamente em acordos políticos, a idéia da segurança coletiva não é senão uma quimera. O outro ponto que merece ser destacado é que o principal problema inerente ao tratamento de questões relacionadas com a paz está na elevação do seu contexto ao plano dos princípios, um plano distinto do pragmatismo puro. Porque, essencialmente, a paz advém de um estado interior apoiado por uma atitude espiritual ou moral, e é principalmente através da evocação dessa atitude que se pode chegar à possibilidade de soluções duradouras.
Existem princípios espirituais, ou aquilo a que algumas pessoas chamam valores humanos, por meio dos quais se podem encontrar soluções para todos os problemas sociais. Qualquer grupo bem-intencionado pode, num sentido geral, formular soluções práticas para os seus problemas, mas as boas intenções e os conhecimentos práticos geralmente não são suficientes. O mérito essencial de um princípio espiritual reside no fato de não somente apresentar uma perspectiva que se harmoniza com aquilo que é imanente à natureza humana, mas também de incutir uma atitude, uma dinâmica, uma vontade e uma aspiração que facilitam a identificação e a implementação de medidas práticas. Os dirigentes governamentais e todos aqueles que ocupam postos de autoridade fariam bem se, em seus esforços para resolver problemas, procurassem primeiro identificar os princípios envolvidos e, depois, se deixassem guiar por eles.
III
A primeira questão a resolver é como o mundo presente, com o seu padrão enraizado de conflitos, pode transformar-se em um mundo onde prevaleçam a harmonia e a cooperação.
A ordem mundial só pode ser fundada sobre uma consciência inabalável da unidade da humanidade, uma verdade espiritual que todas as ciências humanas confirmam. A Antropologia, a Fisiologia e a Psicologia reconhecem uma só espécie humana, ainda que infinitamente variada no que se refere aos aspectos secundários da vida. O reconhecimento desta verdade requer o abandono dos preconceitos - de todos os tipos de preconceitos - relacionados com a raça, a classe social, a cor da pele, a crença religiosa, a nacionalidade, o sexo e o grau de civilização material. Em suma, de tudo aquilo que faz com que as pessoas se considerem superiores umas às outras.
A aceitação da unidade da humanidade é o pré requisito fundamental para a reorganização e a administração do mundo como um só país - como o lar da humanidade. A aceitação universal deste princípio espiritual é essencial para o êxito de qualquer tentativa de estabelecer a paz mundial. Deveria, portanto, ser universalmente proclamado, ensinado nas escolas, e constantemente reafirmado em todas as nações como preparação para a transformação orgânica da estrutura da sociedade que isso implica.
Do ponto de vista bahá’í, o reconhecimento da unidade "exige nada menos que a reconstrução e a desmilitarização de todo o mundo civilizado - um mundo organicamente unificado em todos os aspectos essenciais da sua vida, do seu mecanismo político, da sua aspiração espiritual, do seu comércio e das suas finanças, da sua escrita e do seu idioma, e, não obstante tudo isso, infinitamente variado quanto às características nacionais das suas unidades federadas."
Ao expor as implicações deste princípio cardeal, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í, comentou em 1931 que: "Longe de se fundamentar na subversão dos alicerces da sociedade existente, ele procura alargar a sua base e remodelar as suas instituições de maneira consoante com as necessidades de um mundo sempre em transição. Não pode estar em conflito com nenhuma obrigação legítima, nem minar qualquer lealdade essencial. O seu fim não é abafar a chama de um patriotismo são e inteligente nos corações dos homens, nem abolir o sistema de autonomia nacional que é tão indispensável como freio dos males da descentralização excessiva. Não desconsidera, tampouco tenta suprimir, a diversidade da origem étnica, do clima, da história, do idioma e da tradição, do pensamento e dos costumes, que diferenciam os povos e as nações do mundo. Ele exige uma lealdade mais ampla, uma aspiração maior que qualquer outra que jamais animou a raça humana. Insiste em que os impulsos e os interesses nacionais sejam subordinados às necessidades de um mundo unificado.Repudia a centralização excessiva por um lado, e, ao mesmo tempo, nega qualquer tentativa de uniformidade. O seu lema é a unidade na diversidade."
O alcance de tais fins requer diversos estágios para o ajustamento das atitudes políticas nacionais, que agora se encontram à beira da anarquia, na ausência de leis claramente definidas ou de princípios universalmente aceitos e aplicáveis no trato das relações entre as nações. A Liga das Nações, a Organização das Nações Unidas, e os diversos organismos e acordos por elas produzidos, têm sido indubitavelmente úteis na atenuação de alguns dos efeitos negativos dos conflitos internacionais, mas têm-se revelado incapazes de evitar a guerra. Na verdade, têm havido dezenas de guerras desde o fim da II Guerra Mundial - e muitas delas continuam ainda a grassar.
Os aspectos dominantes deste problema já tinham emergido no século XIX, quando Bahá’u’lláh apresentou pela primeira vez as suas propostas para o estabelecimento da paz mundial. O princípio da segurança coletiva foi por ele exposto em declarações dirigidas aos governantes do mundo. Conforme Shoghi Effendi observou acerca do seu significado: "O que podem significar essas palavras poderosas", escreveu ele, "senão a limitação inevitável da soberania nacional irrestrita, como prólogo indispensável à formação da futura união de todas as nações do mundo? Alguma forma de Super estado mundial há de evoluir, a cuja autoridade todas as nações do mundo cederão de boa vontade todo e qualquer direito de fazer guerra, certos direitos de cobrar impostos, e todos os direitos de possuir armamentos, além do necessário para a manutenção da ordem interna nos seus respectivos domínios. Tal estado incluiria dentro de sua órbita um Executivo Internacional capaz de exercer autoridade suprema e indiscutível sobre qualquer membro recalcitrante da comunidade; um Parlamento Mundial, cujos membros seriam eleitos pelo povo nos seus respectivos países e cuja eleição seria confirmada pelos respectivos países e cuja eleição seria confirmada pelos respectivos governos; e um Supremo Tribunal, cujas decisões teriam efeito compulsório, mesmo no caso das partes envolvidas não concordarem em submeter voluntariamente as questões à sua consideração."
"Uma comunidade mundial em que todas as barreiras econômicas seriam permanentemente demolidas, e definitivamente reconhecida a interdependência do Capital e do Trabalho; em que o clamor do fanatismo religioso e das lutas religiosas teria sido silenciado para todo o sempre; em que a chama da animosidade racial teria sido finalmente extinta; em que um código único de direito internacional - produto do juízo ponderado dos representantes federados do mundo - teria como sua sanção a intervenção imediata e coercitiva das forças combinadas das unidades federadas; e, finalmente, uma comunidade mundial em que a fúria de um nacionalismo caprichoso e militante teria sido transmutada numa consciência permanente da cidadania mundial - assim é, em seus traços mais largos, a Ordem prevista por Bahá’u’lláh, uma Ordem que virá a ser considerada como o mais belo fruto de uma era em lenta maturação".
A implementação destas medidas de longo alcance foi indicada por Bahá’u’lláh: "Haverá de chegar o tempo em que a necessidade imperiosa da convocação de uma vasta e ampla assembléia de homens será universalmente percebida. Os governantes e os reis da terra terão de tomar parte dela, e, participando nas suas deliberações, deverão considerar métodos e meios capazes de assentar os fundamentos para a Paz Maior, mundial, entre os homens".
A coragem, a determinação, a pureza de motivos e o amor desinteressado de um povo por outro - todas as qualidades espirituais e morais necessárias para a efetivação desse passo supremamente importante em direção à paz - estão concentradas sobre a vontade de agir. E é no sentido de despertar a vontade necessária que é preciso proceder a um exame sério da realidade do homem, isto é, do seu pensar.Compreender a relevância desta potente realidade é também apreciar a necessidade social de atualizar o seu valor singular através de consultas francas, serenas e cordiais, e de agir a partir dos resultados desse processo. Bahá’u’lláh chamou insistentemente a atenção para as virtudes e a indispensabilidade da consulta como meio para a ordenação dos afazeres humanos. Ele disse: "a consulta confere maior consciência e transforma as conjecturas em certezas. É uma luz brilhante que, num mundo escuro, ilumina o caminho e guia. Para tudo existe e continuará a existir um estágio de perfeição e maturidade. A maturidade do dom do entendimento é manifestada através da consulta". A própria tentativa de alcançar a paz mediante a ação consultiva por ele proposta pode produzir um espírito tão salutar entre os povos da Terra, que nenhum poder se oporia a um resultado final triunfante.
Acerca dos procedimentos para essa assembléia mundial, ‘Abdu’l-Bahá, filho de Bahá’u’lláh e intérprete autorizado dos seus ensinamentos, ofereceu as seguintes explicações: "Terão de fazer da Causa da Paz um objeto de consultas gerais e procurar por todos os meios ao seu alcance o estabelecimento de uma União de nações do mundo. Terão de celebrar um tratado vinculativo e estabelecer um convênio cujas disposições sejam sãs, invioláveis e bem definidas. Terão de proclamá-lo ao mundo inteiro e obter o seu endosso por toda a humanidade. Esse empreendimento nobre e supremo - verdadeira fonte de paz e bem-estar para todo o mundo - deveria ser considerado sagrado por todos os habitantes da Terra. Todas as forças da humanidade têm de ser mobilizadas para assegurar a estabilidade e a permanência deste Grande Convênio. Nesse Pacto todo abrangente deveriam ser claramente fixados os limites e as fronteiras de todas as nações, seriam definitivamente articulados os princípios em que se estabeleceriam as relações entre os governos, e determinadas todas as convenções e obrigações internacionais. Da mesma maneira, os armamentos de cada governo seriam estritamente limitados, pois que, caso se permitisse o aumento das forças militares e dos preparativos bélicos por parte de qualquer deles, isso suscitaria a suspeita dos outros. As bases desse Pacto solene seriam fixadas de modo que, se qualquer governo posteriormente violasse qualquer das suas obrigações, todos os governos da Terra se deveriam erguer e reduzí-lo à submissão total, ou, dito melhor, a humanidade como um todo resolveria empregar todos os meios à sua disposição para destruir tal governo. Se este remédio máximo for aplicado ao seu corpo enfermo, o mundo seguramente se recuperará de todos os seus males e permanecerá eternamente são e salvo".
A realização desta poderosa convocação já deveria ter ocorrido há muito tempo.
Com todo o ardor dos nossos corações, apelamos aos dirigentes de todas as nações para que aproveitem este momento oportuno e dêem passos irreversíveis no sentido da convocação dessa conferência mundial. Todas as forças da História impelem a humanidade para este ato, que assinalará para todo o sempre o alvorecer da sua tão longamente aguardada maturidade.
Não irão as Nações Unidas, com pleno apoio dos seus membros, erguer-se à altura dos desígnios desse acontecimento culminante?
Que os homens e as mulheres, os jovens e as crianças em toda a parte reconheçam o mérito eterno desta ação imperiosa em prol de todos os povos, e ergam as suas vozes em assentimento voluntário. Melhor ainda, que seja esta a geração a inaugurar este estágio glorioso na evolução da vida social do planeta.
IV
A fonte do otimismo que sentimos é uma visão que transcende o cessar da guerra e a criação de organismos de cooperação internacional. A paz permanente entre as nações é um estágio essencial, mas não, afirma Bahá’u’lláh, a meta final do desenvolvimento social da humanidade. Além do armistício inicial imposto ao mundo pelo medo do holocausto nuclear, além da paz política relutantemente celebrada por nações rivais e desconfiadas, além dos arranjos pragmáticos para a segurança e a coexistência, além das numerosas experiências no domínio da cooperação que estas medidas tornarão possíveis, encontra-se a meta final: a unificação de todos os povos do mundo em uma família universal.
A falta de unidade é um risco que as nações e os povos da Terra já não podem mais suportar; as conseqüências são demasiado terríveis para poderem ser contempladas, demasiado óbvias para requererem qualquer demonstração. "O bem-estar da humanidade", escreveu Bahá’u’lláh há mais de um século, "a sua paz e segurança, são inatingíveis a não ser que, e até que, a sua unidade seja firmemente estabelecida". Ao observar que "toda a humanidade está gemendo e ansiando por ser conduzida à unificação, e assim terminar o seu martírio secular", Shoghi Effendi acrescentou ainda que "a unificação da humanidade inteira é a etapa distintiva da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade da família, da tribo, da cidade estado e da nação foram sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta em direção à qual a humanidade aflita se encaminha. O processo de formar nações já chegou ao fim. A anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se de um clímax. Um mundo em amadurecimento deve abandonar esse fetiche, reconhecer a unidade e a universalidade das relações humanas, e estabelecer de uma vez por todas o mecanismo que melhor possa concretizar este princípio fundamental da sua vida".
Todas as forças de transformação contemporânea confirmam este ponto de vista. As provas podem ser discernidas nos numerosos exemplos já mencionados acerca dos sinais favoráveis à paz mundial que se observam nos movimentos e nos acontecimentos internacionais correntes. O exército de homens e mulheres, que serve os diversos órgãos da Organização das Nações Unidas, recrutado virtualmente de todas as culturas, raças e nações da Terra, representa um "funcionalismo civil" planetário, cujas realizações impressionantes são indicativas do grau de cooperação que pode ser conseguido, mesmo sob condições desanimadoras. Um impulso para a unidade, tal como uma primavera espiritual, luta por se expressar através dos inúmeros congressos internacionais que atraem pessoas de uma vasta gama de atividades. Motiva apelos para projetos internacionais envolvendo as crianças e a juventude. Na realidade, constitui a verdadeira fonte do notável movimento para o ecumenismo, através do qual os membros de religiões e seitas historicamente antagônicas parecem irresistivelmente atraídos uns pelos outros. Juntamente com a tendência oposta para a guerra e o auto engrandecimento, contra os quais luta incessantemente, o impulso para a unidade mundial é uma das características dominantes e generalizadas da vida no planeta durante estes anos finais do século
XX.
A experiência da Comunidade Bahá’í pode ser vista como exemplo desta unidade crescente. É uma comunidade de cerca de três a quatro milhões de pessoas, originárias de muitas nações, culturas, classes e credos, empenhadas em uma ampla área de atividades ao serviço das necessidades espirituais, sociais e econômicas dos povos de inúmeras regiões. É um organismo social único, representativo da diversidade da família humana, que conduz os seus afazeres através de um sistema de princípios consultivos comumente aceitos, e que preza todas as grandes expressões de orientação divina da História da humanidade. A sua existência é mais uma prova convincente da praticabilidade da visão de um mundo unido exposta pelo seu Fundador, mais uma evidência de que a humanidade pode viver como uma sociedade global, à altura de quaisquer desafios que a sua maioridade possa suscitar. Se a experiência bahá’í puder contribuir em qualquer medida para reforçar a esperança na unidade da humanidade, será com grande satisfação que a oferecemos como modelo de estudo.
Ao contemplarmos a suprema importância da tarefa que agora confronta o mundo inteiro, curvamos humildemente as nossas cabeças perante a majestade infinita do Criador divino, que do Seu amor infinito gerou da mesma matéria toda a humanidade; que exaltou a preciosa realidade do homem; que o honrou com intelecto e sabedoria, nobreza e imortalidade; e que conferiu ao homem "a distinção e capacidade únicas de conhecê-Lo e amá-Lo", uma capacidade que "tem de ser encarada como o ímpeto gerador e o propósito primordial subjacente em toda a criação".
Possuímos a firme convicção de que todos os seres humanos foram criados "para levar avante uma civilização em constante evolução"; de que "agir como os animais do campo é indigno dos homens"; de que as virtudes dignas da condição humana são a honestidade, a indulgência, a misericórdia, a compaixão, a bondade e o amor para com todos os povos. Reafirmamos a crença de que as potencialidades inerentes à condição do homem, a plena medida do seu destino sobre a terra, a excelência inata da sua realidade, têm todas de ser manifestadas neste prometido Dia de Deus. São estes os motivos da nossa fé inabalável de que a unidade e paz são a meta alcançável em direção à qual a humanidade se esforça.
No momento em que se escrevem estas palavras, podem ouvir-se as vozes esperançosas dos bahá’ís, apesar da perseguição que continuam a sofrer na terra onde a sua Fé nasceu. Através do exemplo da sua esperança irredutível, são testemunho da crença de que a realização iminente deste antigo sonho de paz é agora, em virtude dos efeitos transformadores da revelação de Bahá’u’lláh, investida com a força da autoridade divina. Assim, comunicamo-vos não apenas uma visão composta de palavras: invocamos o poder de atos de fé e sacrifício; comunicamos o apelo ansioso de paz e de unidade de todos os nossos companheiros de Fé em todo o mundo. Solidarizamo-nos com todos os que são vítimas de agressão, todos os que anseiam pelo fim dos conflitos e das discórdias, todos aqueles cuja devoção a princípios de paz e de ordem mundial promove os fins enobrecedores para os quais a humanidade foi chamada à existência por um Criador que é todo amor.
Na seriedade do nosso desejo de vos transmitir o fervor da nossa esperança e a profundidade da nossa confiança, citamos a promessa enfática de Bahá’u’lláh: "Estas lutas infrutíferas e estas guerras ruinosas hão de passar, e a Paz Máxima há de chegar".
A Casa Universal de Justiça
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
A Grande Paz - para a qual as pessoas de boa vontade orientaram os seus corações através dos séculos, acerca da qual inúmeras gerações de profetas e poetas expressaram as suas visões, e cuja promessa foi continuamente reafirmada ao longo das eras nas escrituras sagradas da humanidade - encontra-se agora, finalmente, ao alcance das nações. Pela primeira vez na História, é agora possível ver o planeta em sua totalidade, com os seus mil e um povos diversificados, a partir da mesma perspectiva. A paz mundial não é somente possível, mas inevitável. É o próximo estágio na evolução deste planeta - ou, conforme disse um grande pensador, "a planetização da humanidade".
Se essa paz será alcançada somente depois de horrores inimagináveis, precipitados pelo apego obstinado da humanidade a velhos padrões de comportamento, ou se será concretizada agora através de um ato de vontade coletiva - eis a escolha que se oferece a todos os que habitam a Terra. Nesta conjuntura crítica, em que os problemas de difícil tratamento que confrontam as nações foram fundidos numa preocupação comum pelo bem-estar do mundo todo, a nossa inércia face à maré de conflitos e de desordem seria por demais irresponsável.
Entre os sinais favoráveis que podemos discernir contam-se a força crescente de medidas tomadas em prol da ordem mundial, a partir do primeiro quartel deste século, através da constituição da Liga das Nações, sucedida pela ainda mais ampla Organização das Nações Unidas; a independência obtida pela maioria das nações da terra após a II Guerra Mundial, fato que aponta para a conclusão do processo de construção de nações, e a participação dessas nações mais jovens, juntamente com as mais antigas, na abordagem de questões de interesse mútuo; o grande aumento conseqüentemente verificado na cooperação, entre povos e grupos antes isolados e antagônicos, em empreendimentos internacionais nos domínios científicos, educativo, jurídico, econômico e cultural; o aparecimento durante as últimas décadas de um número sem precedentes de organizações humanitárias internacionais; a expansão de movimentos femininos e juvenis com o propósito de por fim às guerras; e a constituição espontânea de grupos cada vez maiores de pessoas comuns em busca de maior compreensão através da comunicação pessoal.
Os avanços científicos e técnicos que têm ocorrido durante este século invulgarmente abençoado, pressagiam um grande impulso para o progresso na evolução social do planeta, e apontam os meios através dos quais se poderão resolver os problemas práticos da humanidade. Esses avanços materiais oferecem, na verdade, os próximos meios para a administração da vida complexa de um mundo unido. Não obstante, as barreiras persistem. As dúvidas, os equívocos, os preconceitos, as suspeitas e os interesses mesquinhos dominam as nações e os povos em suas relações uns com os outros.
É por isso que, guiados por um profundo sentido de dever moral e espiritual, nos sentimos impelidos a chamar a vossa atenção, neste momento tão oportuno, para as percepções aguçadas que, há mais de um século, foram pela primeira vez comunicadas aos governantes da humanidade por Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í, da qual somos fideicomissários.
"Os ventos de desespero", escreveu Bahá’u’lláh,"sopram de todas as direções, e a contenda que divide e aflige a raça humana aumenta dia a dia. Os sinais de caos e convulsões iminentes podem agora ser discernidos, na medida em que, lastimavelmente, a ordem predominante demonstra ser defeituosa". Este juízo profético tem sido amplamente corroborado pela experiência comum da humanidade. Os defeitos existentes na ordem prevalecente estão patentes na incapacidade manifestada pelos Estados soberanos, organizados nas Nações Unidas, em exorcizar o espectro da guerra, a ameaça de um colapso da ordem econômica internacional, o alastramento da anarquia e do terrorismo, e o sofrimento intenso que estas e outras aflições estão causando a um número crescente de seres humanos. De fato, as agressões e os conflitos têm de tal maneira caracterizado os nossos sistemas sociais, econômicos e religiosos, que muitos já se entregaram à noção de que tal comportamento é intrínseco à natureza humana e, conseqüentemente, é inextirpável.
Com a consolidação desse ponto de vista, assistimos ao desenvolvimento de uma contradição paralisante nos afazeres humanos. Por um lado, as pessoas de todas as nações proclamam não só o seu anseio de paz e harmonia, mas também a sua disposição de estabelecê-las e de por termo às apreensões devastadoras que atormentam as suas vidas diárias. Por outro lado, concede-se aceitação indiscriminada à noção de que os seres humanos são incorrigivelmente egoístas e agressivos, e, portanto, incapazes de erigir um sistema social simultaneamente progressivo e pacífico, dinâmico e harmonioso - um sistema que dê liberdade à iniciativa e à criatividade individuais, mas baseadas na cooperação e na reciprocidade.
À medida que a necessidade de paz se afigura mais urgente, esta contradição fundamental, que impede a sua concretização, exige uma reavaliação das suposições em que se fundamenta a conclusão comumente aceita quanto à triste condição histórica da humanidade. Quando examinadas com imparcialidade, as provas existentes revelam que tal conduta, longe de expressar a verdadeira essência do homem, representa na verdade uma distorção do espírito humano. A aceitação desta conclusão permitirá a todos os povos mobilizar forças sociais construtivas, que, por serem congruentes com a natureza humana, encorajarão a harmonia e a cooperação em vez da guerra e do conflito.
A escolha de tal curso não implica a negação do passado da humanidade, mas sim a sua compreensão. A Fé Bahá’í encara a atual confusão que reina no mundo e o estado calamitoso em que se encontram os afazeres humanos como uma fase natural num processo orgânico que conduzirá, final e irresistivelmente, à unificação do gênero humano sob uma ordem social única, cujos únicos limites serão os do planeta. A humanidade, vista como um todo distinto e orgânico, passou por estágios evolucionários análogos aos estágios de infância e adolescência que ocorrem nas vidas dos seus membros individuais. E, agora, está atravessando o período culminante em que a sua adolescência turbulenta se abeira da tão longamente aguardada maioridade.
O mero reconhecimento de que os preconceitos, as guerras e a exploração têm sido as expressões de estágios imaturos num vasto processo histórico, e de que a humanidade está presentemente experimentando o tumulto inevitável que prenuncia a sua maioridade coletiva, não deve constituir motivo de desespero, mas antes ser encarado como condição prévia para o empreendimento da estupenda tarefa da construção de um mundo pacífico. O tema cujo exame propomos é o de que tal empreendimento é possível, de que as necessárias forças construtivas existem, e de que podem ser erguidas estruturas sociais unificadoras.
Sejam quais forem os sofrimentos e as convulsões que os próximos anos possam encerrar, e por mais sombrias que sejam as circunstâncias imediatas, a Comunidade Bahá’í crê que a humanidade pode enfrentar essa prova suprema com confiança em seu resultado final. Longe de assinalarem o fim da civilização, as transformações convulsivas, em cuja direção a humanidade está sendo cada vez mais rapidamente impelida, servirão para liberar "as potencialidades inerentes à condição do homem" e revelar "a plena medida do seu destino sobre a terra, e a excelência inata de sua realidade".
I
Os dons naturais que distinguem o gênero humano de todas as outras formas de vida encontram-se resumidos naquilo a que se chama espírito humano; o intelecto é a sua qualidade essencial. Esses dons permitiram à humanidade construir civilizações e prosperar materialmente. Mas tais realizações, por si só, nunca saciaram o espírito humano, cuja natureza misteriosa o predispõe para a transcendência, para estender-se em direção a um domínio invisível, à realidade suprema, àquela essência das essências incognoscível chamada Deus. As religiões, trazidas à humanidade por um série de luminares espirituais, têm sido os principais elos de ligação entre a humanidade e essa realidade suprema, e têm galvanizado e refinado a capacidade da humanidade para alcançar o sucesso espiritual juntamente com o progresso social.
Nenhuma tentativa séria de endireitar os afazeres humanos e de alcançar a paz mundial pode ignorar a religião. A sua percepção e prática pelo homem são assuntos amplamente cobertos pela História. Um eminente historiador descreveu a religião como "uma faculdade da natureza humana". Que a perversão desta faculdade tenha contribuído em grande parte à confusão que atualmente reina no mundo, e os conflitos existentes entre os indivíduos e no seu íntimo, dificilmente pode ser negado. Ao mesmo tempo, nenhum observador imparcial pode menosprezar a influência preponderante exercida pela religião sobre as expressões vitais da civilização. Mais ainda, a sua indispensabilidade à ordem social tem sido repetidamente demonstrada pelo seu efeito direto sobre as leis da moralidade.
Falando da religião como força social, Bahá’u’lláh disse: "A religião é o maior de todos os meios para o estabelecimento da ordem no mundo para o contentamento pacífico de todos os que nele habitam". Referindo-se ao eclipse ou à corrupção da religião, ele escreveu: "Se a lâmpada da religião for obscurecida, reinarão o caos e a confusão, e as luzes da eqüidade, da justiça, da tranqüilidade e da paz deixarão de brilhar". Enumerando as conseqüências disso, as Escrituras Bahá’ís destacam o fato de que, "nestas circunstâncias, a perversão da natureza humana, a degradação do comportamento humano, a corrupção e a dissolução das suas instituições revelam-se em seus aspectos mais repugnantes e revoltantes. O caráter humano é aviltado, a confiança é abalada, os nervos da disciplina são relaxados, a voz da consciência humana é silenciada, o sentido da decência e da vergonha é velado, os conceitos do dever, da solidariedade, da reciprocidade e da lealdade são distorcidos, e os próprios sentimentos de paz, alegria e esperança extinguem-se gradualmente.
Se, por conseguinte, a humanidade chegou a uma situação de conflitos paralisantes, precisa então olhar para si mesma, para a sua própria negligência, para os cantos de sereia a que tem dado ouvidos, para a fonte dos mal-entendidos e da confusão perpetrada em nome da religião. Àqueles que se têm agarrado cega e egoisticamente às suas ortodoxias particulares, e que impulseram aos seus devotos interpretações errôneas e contraditórias dos pronunciamentos dos Profetas de Deus, a esses cabe uma pesada responsabilidade por toda esta confusão - uma confusão agravada pelas barreiras artificiais erguidas entre a fé e a razão, a ciência e a religião. Isto porque, partindo-se de um exame imparcial dos pronunciamentos feitos efetivamente pelos Fundadores das grandes religiões, e levando-se em conta os meios sociais em que tiveram de cumprir as suas missões, não se vislumbram fundamentos para as alegações e os preconceitos que transformam as comunidades religiosas do mundo, e, conseqüentemente, todos os afazeres humanos.
O ensinamento de que deveríamos tratar os outros tal como gostaríamos de ser tratados, uma ética repetida de várias maneiras em todas as grandes religiões, apoia esta última observação em dois aspectos particulares: resume a atitude moral, o aspecto promotor da paz que emana dessas religiões, independentemente do lugar ou da época em que tiveram a sua origem; e implica também um aspecto de unidade que é a sua virtude essencial, uma virtude que a humanidade, com a sua visão fragmentada da História, não tem podido apreciar.
Se a humanidade tivesse visto os Educadores da sua infância coletiva em seu verdadeiro caráter, como agentes de um processo civilizatório, teria indubitavelmente colhido benefícios incalculavelmente maiores dos efeitos cumulativos das suas sucessivas missões. Desafortunadamente, não o fez.
O ressurgimento da religiosidade fanática, que atualmente se observa em muitas terras, não pode ser visto senão como um derradeiro espasmo antes da sua extinção. A própria natureza dos fenômenos violentos e destrutivos a ele associados é atestado eloqüente da falência espiritual que representa. Efetivamente, uma das características mais estranhas e mais tristes de irrupção atual do fanatismo religioso é o modo como, em cada caso, está minando não só os valores espirituais conducentes à unidade da humanidade, mas também aquelas vitórias morais únicas ganhas pela religião particular a que pretende servir.
Por mais vital que tenha sido a sua força ao longo da História da humanidade, e por mais dramático que seja o atual ressurgimento do fanatismo religioso militante, a religião e as instituições religiosas, no decorrer das últimas décadas, estão sendo considerados por um número crescente de pessoas como irrelevantes em relação às principais preocupações do mundo moderno. Em seu lugar, as pessoas voltaram-se ou para a procura hedonística da satisfação material, ou para a devoção a ideologias fabricadas pelos homens com o objetivo de salvar a sociedade dos males evidentes de que padece. Lamentavelmente, muitas dessas ideologias, em vez de abraçarem o conceito de unidade da humanidade e promoverem o aumento da concórdia entre os diversos povos, manifestaram tendência a deificar o Estado, a sujeitar o resto da humanidade ao domínio de uma nação, raça ou classe, a procurar suprimir toda a discussão e o intercâmbio de idéias, ou a abandonar friamente milhões de seres humanos à sorte de um sistema d mercado que, de forma mais que patente, esta agravando as agruras em que se encontra a maioria da humanidade, ao mesmo tempo que permite que pequenas parcelas vivam em condições de riqueza, com que nossos antepassados dificilmente poderiam sonhar.
Como são trágicos os resultados da fés substitutas que os sábios mundanos da nossa era criaram! Na desilusão maciça de populações inteiras que foram ensinadas a venerar em seus altares, pode ler-se o veredicto irreversível da História acerca do seu valor. Os frutos que essas doutrinas produziram, após décadas de um exercício cada vez mais irrestrito do poder por aqueles que lhes devem a sua ascensão no mundo dos homens, são as enfermidades sociais e econômicas que invadem todas as regiões do mundo nos anos finais deste século XX. Na base de todas essas aflições exteriores estão os danos espirituais, refletidos na apatia que se apossou da massa dos povos de todas as nações e na extinção da esperança nos corações de milhões de destituídos e angustiados.
Chegou o momento em que aqueles que pregam os dogmas do materialismo, quer do Leste ou do Oeste, tanto o capitalismo quanto o socialismo, terão de apresentar contas da tutela moral que têm presumido exercer. Onde está o "novo mundo" prometido por essas ideologias? Onde está a paz internacional a cujos ideais proclamaram a sua devoção? Onde estão os avanços para novos domínios de progresso cultural, produzidos pelo enaltecimento desta raça, daquela nação ou de determinada classe? Por que é que a vasta maioria dos povos do mundo está se afundando cada vez mais na fome e na miséria, quando os árbitros atuais dos afazeres humanos têm a sua disposição riquezas incalculáveis, a uma escala jamais concebida pelos Faraós e pelos Césares, e nem mesmo pelas potências imperialistas do século passado?
Muito em especial, é na glorificação das conquistas materiais - simultaneamente origem e característica comum de todas essas ideologias - que encontramos as raízes da falsa crença de que seres humanos são incorrigivelmente egoístas e agressivos. E é aqui que o terreno tem que ser desobstruído para a edificação de um novo mundo digno dos nossos descendentes.
A conclusão de que os ideais materialistas falharam, quando examinados à luz da experiência, evoca um reconhecimento honesto de que tem de ser feito agora um novo esforço para encontrar soluções para os problemas angustiosos do planeta. As condições intoleráveis que predominam na sociedade falam de fracasso comum de todos eles, circunstâncias que tende a reforçar, em vez de aliviar, o entrincheiramento de parte a parte. Claramente, há necessidade urgente de um esforço em comum para remediar tal estado de coisas. O que é preciso, acima de tudo, é uma mudança de atitude. Irá a humanidade continuar com a sua obstinação, apegada a conceitos superados e suposições impraticáveis? Ou irão os seus dirigentes, independentemente das suas ideologias, dar um passo à frente e, animados por uma vontade inabalável, conferenciar uns com os outros, numa procura solidária de soluções apropriadas?
Aqueles que se interessam pelo futuro do gênero humano bem podem ponderar este conselho: "Se os ideais há muito nutridos, se as instituições honradas pelo tempo, se certas suposições sociais ou fórmulas religiosas já não promovem o bem-estar geral da humanidade, se deixaram de corresponder às necessidades de uma humanidade em constante evolução, que sejam, então, repelidos e relegados ao limbo das doutrinas obsoletas e esquecidas. Por que razão, num mundo sujeito à lei imutável da transformação e da decadência, deveriam ficar isentos da deterioração que há necessariamente de alcançar todas as instituições humanas? Afinal, a única finalidade das normas jurídicas, das teorias políticas e econômicas, é a salvaguarda dos interesses da humanidade em seu todo - e não é a humanidade que deve ser crucificada para a preservação da integridade de qualquer lei ou doutrina particular".
II
A proscrição das armas nucleares, a proibição do uso de gases venenosos ou a interdição da guerra bacteriológica não eliminarão as causas básicas das guerras. Por mais importantes que tais medidas práticas obviamente sejam, como elementos do processo de apaziguamento, por si só elas são demasiado superficiais para poderem ter um efeito duradouro. Os povos são suficientemente engenhosos para inventar novos instrumentos de guerra, e para utilizar meios como os alimentos, as matérias-primas, as finanças, o poderio industrial, a ideologia e o terrorismo na subversão uns dos outros, numa procura incessante de supremacia e domínio. Da mesma maneira, não é possível resolver a desarticulação que atualmente reina nos afazeres da humanidade mediante a resolução de conflitos ou dissídios específicos entre as nações. Há que adotar uma estrutura universal genuína.
Decerto que não há falta no reconhecimento pelos líderes nacionais do caráter mundial do problema, que está evidente no volume crescente de questões que os confrontam diariamente. E há também uma acumulação constante de estudos e propostas de soluções apresentadas por muitos grupos interessados e esclarecidos, bem como pelas agências das Nações Unidas, de forma a dissipar qualquer possibilidade de ignorância quanto aos difíceis problemas que é preciso enfrentar. Existe, contudo uma paralisia da vontade; e é isso que tem de ser cuidadosamente examinado e abordado com firmeza. Essa paralisia tem a sua origem, com já afirmamos, numa convicção profundamente entranhada acerca da inevitável belicosidade da humanidade, o que por sua vez produziu uma relutância em considerar a possibilidade de subordinar os interesses apenas nacionais aos requisitos da ordem do estabelecimento de uma autoridade mundial unida. Isso remonta também à incapacidade das massas, em grande parte ignorantes e subjugadas, de articular o seu desejo de uma nova ordem na qual possam viver em paz, harmonia e prosperidade com toda a humanidade.
Os passos hesitantes dados em direção à ordem mundial, especialmente desde a II Guerra Mundial, oferece-nos sinais de esperança. A tendência crescente exibidas por grupos de nações, no sentido de formalizarem relações que lhes permitam cooperar em questões de interesse mútuo, sugere que, eventualmente, todas as nações poderão vencer esta paralisia. A Associação das Nações do Sudeste Asiático, a Comunidade e o Mercado Comum das Caraíbas, o Mercado Comum da América Central, o Conselho de Assistência Econômica Mútua, a Comunidade Econômica Européia, a Liga Árabe, a Organização da Unidade Africana, a Organização dos Estados Americanos, o Fórum do Pacífico Sul - todos os empreendimentos conjuntos representados por organizações como estas preparam o caminho para a ordem mundial.
A atenção crescente está sendo dedicada a alguns problemas mais enraizados do planeta constitui mais um sinal de esperança. Apesar das deficiências óbvias da ONU as mais de quarenta declarações e convenções adotadas por esta organização, mesmo quando vários de seus membros não mostraram muito zelo na aplicação de seus compromissos, deram as pessoas comuns uma nova sensação de esperança. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Convenção sobre a Prevenção e a Punição dos Crimes de Genocídio, e outros instrumentos semelhantes relacionados com a eliminação de todas as formas de discriminação baseadas na raça, no sexo ou na crença religiosa; a afirmação dos direitos da criança; a proteção de todas as pessoas contra a sujeição à tortura; a utilização do progresso científico e tecnológico em prol da paz e em benefício da humanidade - todas estas medidas, caso corajosamente postas em práticas e ampliadas, adiantarão a chegada do dia em que o espectro da guerra terá perdido a sua capacidade de dominar as relações internacionais. É desnecessário realçar aqui os significados dos temas abordados por estas declarações e convenções. Alguns deles, porém, dada a sua relevância imediata para o estabelecimento da paz mundial, merecem alguns comentários adicionais.
O racismo, um dos males mais funestos e persistentes, constitui um obstáculo importante no caminho da paz. A prática perpetra uma violação demasiado ultrajante da dignidade dos seres humanos para poderem ser tolerada sob qualquer pretexto. O racismo o desenvolvimento das potencialidades ilimitadas das sua vítimas, corrompe os seus perpetradores e desvirtua o progresso humano. O reconhecimento da unidade da humanidade, implementando através de disposições jurídicas apropriadas tende de ser universalmente sustentado para que este problema possa ser superado.
A disparidade desmesurada entre ricos e pobres, uma fonte de intenso sofrimento mantém o mundo num de instabilidade, virtualmente a beira da guerra. Poucas sociedades têm retratado eficazmente desta questão. A sua solução requer a aplicação combinada de meios espirituais, morais e táticos. É necessário uma nova abordagem do problema, abrangendo a consulta de especialistas de uma ampla gama de disciplinas, num ambiente isento de polêmicas econômicas e ideológicas, e envolvendo pessoas diretamente afetadas pelas decisões que urgentemente terão de ser tomadas. Trata-se de uma questão que está intimamente ligada não apenas à necessidade de eliminar os extremos de riqueza e de pobreza, mas também àquelas verdades espirituais cuja compreensão pode engendrar uma nova atitude universal. A promoção de tal atitude é, em si mesma, uma parte importante da solução.
O nacionalismo desenfreado, distinto de um patriotismo são e legítimo, deve ceder o lugar de uma lealdade mais ampla - ao amor à humanidade como um todo. A esse respeito, Bahá’u’lláh afirmou que "a terra é um só país, e os seres humanos seus cidadãos." O conceito da cidadania mundial é uma conseqüência direta da contração do mundo através dos avanços tecnológicos e da incontestável interdependência das nações. O amor a todos os povos do não exclui o amor de cada pessoa ao seu país. E as vantagens das partes, numa sociedade mundial, são melhor servidas pela promoção das vantagens do todo. As atividades internacionais atuais, em vários campos que nutrem a afeição mútua e um sentido de solidariedade entre os povos, precisam ser substancialmente incrementadas.
Ao longo da História, as lutas religiosas têm sido a causa de inúmeras guerras e conflitos, uma praga para o progresso, e são hoje cada vez mais repugnantes - tanto às pessoas de diferentes fés como àquelas que não professam nenhum credo. Os adeptos de todas as religiões devem se dispor a encarar as questões básicas suscitadas por tais disputas, a chegar a conclusões claras. Como deverão ser resolvidas as diferenças entre elas, tanto em teoria como na prática? O problema que enfrentam os líderes religiosos da humanidade é o de contemplarem, com os corações cheios de compaixão e ânsia de verdade, a triste situação atual da humanidade, e de perguntarem humildemente a si mesmos, perante o seu Criador Todo Poderoso, se não podem conciliar as suas diferenças teológicas num grande espírito de indulgência mútua, que lhes permita trabalhar conjuntamente em prol da compreensão humana e da paz.
A emancipação da mulher - a concretização da plena igualdade entre os sexos - é um dos pré requisitos mais importantes, embora dos menos reconhecidos, para o estabelecimento da paz. A negação dessa igualdade perpetra uma injustiça contra metade da população do mundo, e promove entre os homens atitudes e hábitos nocivos que são transportados do ambiente familiar para o local de trabalho, para a vida política, e, em última análise, para a esfera das relações internacionais. Não existem quaisquer fundamentos morais, práticos ou biológicos que justifiquem essa privação. Só quando as mulheres forem bem recebidas em todos os campos de atividade humana, em condições de igualdade, é que se criará o clima moral e psicológico do qual poderá emergir a paz internacional.
A causa da educação universal, que já alistou ao seu serviço um exército de gente dedicada de todas as fés e nações, merece o maior apoio que os governos do mundo lhe possam dispensar. Afinal, a ignorância é indiscutivelmente a principal razão para o declínio e a queda dos povos, e para a perpetuação dos preconceitos. Nenhuma nação pode ter pleno êxito e se considerar realizada enquanto não facultar meios de ensino a todos os seus cidadãos. A escassez de recursos com que se debatem muitos países limita a sua capacidade de satisfazer essa necessidade, o que impõe uma certa ordenação de prioridades. Os órgãos e entidades decisórias envolvidas fariam bem em atribuir prioridades à educação das mulheres e das jovens, dado que é por intermédio de mães educadas que os benefícios do conhecimento podem ser mais rápida e eficazmente difundidos através das sociedades. Atendendo aos imperativos dos nossos dias, deveria também se dada atenção ao ensino do conceito de cidadania mundial, como elemento integral da educação normal de cada criança.
Uma falta básica de comunicação entre os povos debilita sensivelmente os esforços para o estabelecimento da paz no mundo. A adoção de uma língua auxiliar internacional poderia contribuir muito para a solução desse problema e é um assunto que merece a mais urgente consideração.
Há duas observações que devem ser feitas em relação a todos estes tópicos. Em primeiro lugar, que a abolição da guerra não depende só de assinatura de tratados e protocolos; isso é uma tarefa assaz complexa que requer uma nova dimensão de comprometimento para a solução de questões que não costumam ser associadas à busca da paz. Quando baseada exclusivamente em acordos políticos, a idéia da segurança coletiva não é senão uma quimera. O outro ponto que merece ser destacado é que o principal problema inerente ao tratamento de questões relacionadas com a paz está na elevação do seu contexto ao plano dos princípios, um plano distinto do pragmatismo puro. Porque, essencialmente, a paz advém de um estado interior apoiado por uma atitude espiritual ou moral, e é principalmente através da evocação dessa atitude que se pode chegar à possibilidade de soluções duradouras.
Existem princípios espirituais, ou aquilo a que algumas pessoas chamam valores humanos, por meio dos quais se podem encontrar soluções para todos os problemas sociais. Qualquer grupo bem-intencionado pode, num sentido geral, formular soluções práticas para os seus problemas, mas as boas intenções e os conhecimentos práticos geralmente não são suficientes. O mérito essencial de um princípio espiritual reside no fato de não somente apresentar uma perspectiva que se harmoniza com aquilo que é imanente à natureza humana, mas também de incutir uma atitude, uma dinâmica, uma vontade e uma aspiração que facilitam a identificação e a implementação de medidas práticas. Os dirigentes governamentais e todos aqueles que ocupam postos de autoridade fariam bem se, em seus esforços para resolver problemas, procurassem primeiro identificar os princípios envolvidos e, depois, se deixassem guiar por eles.
III
A primeira questão a resolver é como o mundo presente, com o seu padrão enraizado de conflitos, pode transformar-se em um mundo onde prevaleçam a harmonia e a cooperação.
A ordem mundial só pode ser fundada sobre uma consciência inabalável da unidade da humanidade, uma verdade espiritual que todas as ciências humanas confirmam. A Antropologia, a Fisiologia e a Psicologia reconhecem uma só espécie humana, ainda que infinitamente variada no que se refere aos aspectos secundários da vida. O reconhecimento desta verdade requer o abandono dos preconceitos - de todos os tipos de preconceitos - relacionados com a raça, a classe social, a cor da pele, a crença religiosa, a nacionalidade, o sexo e o grau de civilização material. Em suma, de tudo aquilo que faz com que as pessoas se considerem superiores umas às outras.
A aceitação da unidade da humanidade é o pré requisito fundamental para a reorganização e a administração do mundo como um só país - como o lar da humanidade. A aceitação universal deste princípio espiritual é essencial para o êxito de qualquer tentativa de estabelecer a paz mundial. Deveria, portanto, ser universalmente proclamado, ensinado nas escolas, e constantemente reafirmado em todas as nações como preparação para a transformação orgânica da estrutura da sociedade que isso implica.
Do ponto de vista bahá’í, o reconhecimento da unidade "exige nada menos que a reconstrução e a desmilitarização de todo o mundo civilizado - um mundo organicamente unificado em todos os aspectos essenciais da sua vida, do seu mecanismo político, da sua aspiração espiritual, do seu comércio e das suas finanças, da sua escrita e do seu idioma, e, não obstante tudo isso, infinitamente variado quanto às características nacionais das suas unidades federadas."
Ao expor as implicações deste princípio cardeal, Shoghi Effendi, o Guardião da Fé Bahá’í, comentou em 1931 que: "Longe de se fundamentar na subversão dos alicerces da sociedade existente, ele procura alargar a sua base e remodelar as suas instituições de maneira consoante com as necessidades de um mundo sempre em transição. Não pode estar em conflito com nenhuma obrigação legítima, nem minar qualquer lealdade essencial. O seu fim não é abafar a chama de um patriotismo são e inteligente nos corações dos homens, nem abolir o sistema de autonomia nacional que é tão indispensável como freio dos males da descentralização excessiva. Não desconsidera, tampouco tenta suprimir, a diversidade da origem étnica, do clima, da história, do idioma e da tradição, do pensamento e dos costumes, que diferenciam os povos e as nações do mundo. Ele exige uma lealdade mais ampla, uma aspiração maior que qualquer outra que jamais animou a raça humana. Insiste em que os impulsos e os interesses nacionais sejam subordinados às necessidades de um mundo unificado.Repudia a centralização excessiva por um lado, e, ao mesmo tempo, nega qualquer tentativa de uniformidade. O seu lema é a unidade na diversidade."
O alcance de tais fins requer diversos estágios para o ajustamento das atitudes políticas nacionais, que agora se encontram à beira da anarquia, na ausência de leis claramente definidas ou de princípios universalmente aceitos e aplicáveis no trato das relações entre as nações. A Liga das Nações, a Organização das Nações Unidas, e os diversos organismos e acordos por elas produzidos, têm sido indubitavelmente úteis na atenuação de alguns dos efeitos negativos dos conflitos internacionais, mas têm-se revelado incapazes de evitar a guerra. Na verdade, têm havido dezenas de guerras desde o fim da II Guerra Mundial - e muitas delas continuam ainda a grassar.
Os aspectos dominantes deste problema já tinham emergido no século XIX, quando Bahá’u’lláh apresentou pela primeira vez as suas propostas para o estabelecimento da paz mundial. O princípio da segurança coletiva foi por ele exposto em declarações dirigidas aos governantes do mundo. Conforme Shoghi Effendi observou acerca do seu significado: "O que podem significar essas palavras poderosas", escreveu ele, "senão a limitação inevitável da soberania nacional irrestrita, como prólogo indispensável à formação da futura união de todas as nações do mundo? Alguma forma de Super estado mundial há de evoluir, a cuja autoridade todas as nações do mundo cederão de boa vontade todo e qualquer direito de fazer guerra, certos direitos de cobrar impostos, e todos os direitos de possuir armamentos, além do necessário para a manutenção da ordem interna nos seus respectivos domínios. Tal estado incluiria dentro de sua órbita um Executivo Internacional capaz de exercer autoridade suprema e indiscutível sobre qualquer membro recalcitrante da comunidade; um Parlamento Mundial, cujos membros seriam eleitos pelo povo nos seus respectivos países e cuja eleição seria confirmada pelos respectivos países e cuja eleição seria confirmada pelos respectivos governos; e um Supremo Tribunal, cujas decisões teriam efeito compulsório, mesmo no caso das partes envolvidas não concordarem em submeter voluntariamente as questões à sua consideração."
"Uma comunidade mundial em que todas as barreiras econômicas seriam permanentemente demolidas, e definitivamente reconhecida a interdependência do Capital e do Trabalho; em que o clamor do fanatismo religioso e das lutas religiosas teria sido silenciado para todo o sempre; em que a chama da animosidade racial teria sido finalmente extinta; em que um código único de direito internacional - produto do juízo ponderado dos representantes federados do mundo - teria como sua sanção a intervenção imediata e coercitiva das forças combinadas das unidades federadas; e, finalmente, uma comunidade mundial em que a fúria de um nacionalismo caprichoso e militante teria sido transmutada numa consciência permanente da cidadania mundial - assim é, em seus traços mais largos, a Ordem prevista por Bahá’u’lláh, uma Ordem que virá a ser considerada como o mais belo fruto de uma era em lenta maturação".
A implementação destas medidas de longo alcance foi indicada por Bahá’u’lláh: "Haverá de chegar o tempo em que a necessidade imperiosa da convocação de uma vasta e ampla assembléia de homens será universalmente percebida. Os governantes e os reis da terra terão de tomar parte dela, e, participando nas suas deliberações, deverão considerar métodos e meios capazes de assentar os fundamentos para a Paz Maior, mundial, entre os homens".
A coragem, a determinação, a pureza de motivos e o amor desinteressado de um povo por outro - todas as qualidades espirituais e morais necessárias para a efetivação desse passo supremamente importante em direção à paz - estão concentradas sobre a vontade de agir. E é no sentido de despertar a vontade necessária que é preciso proceder a um exame sério da realidade do homem, isto é, do seu pensar.Compreender a relevância desta potente realidade é também apreciar a necessidade social de atualizar o seu valor singular através de consultas francas, serenas e cordiais, e de agir a partir dos resultados desse processo. Bahá’u’lláh chamou insistentemente a atenção para as virtudes e a indispensabilidade da consulta como meio para a ordenação dos afazeres humanos. Ele disse: "a consulta confere maior consciência e transforma as conjecturas em certezas. É uma luz brilhante que, num mundo escuro, ilumina o caminho e guia. Para tudo existe e continuará a existir um estágio de perfeição e maturidade. A maturidade do dom do entendimento é manifestada através da consulta". A própria tentativa de alcançar a paz mediante a ação consultiva por ele proposta pode produzir um espírito tão salutar entre os povos da Terra, que nenhum poder se oporia a um resultado final triunfante.
Acerca dos procedimentos para essa assembléia mundial, ‘Abdu’l-Bahá, filho de Bahá’u’lláh e intérprete autorizado dos seus ensinamentos, ofereceu as seguintes explicações: "Terão de fazer da Causa da Paz um objeto de consultas gerais e procurar por todos os meios ao seu alcance o estabelecimento de uma União de nações do mundo. Terão de celebrar um tratado vinculativo e estabelecer um convênio cujas disposições sejam sãs, invioláveis e bem definidas. Terão de proclamá-lo ao mundo inteiro e obter o seu endosso por toda a humanidade. Esse empreendimento nobre e supremo - verdadeira fonte de paz e bem-estar para todo o mundo - deveria ser considerado sagrado por todos os habitantes da Terra. Todas as forças da humanidade têm de ser mobilizadas para assegurar a estabilidade e a permanência deste Grande Convênio. Nesse Pacto todo abrangente deveriam ser claramente fixados os limites e as fronteiras de todas as nações, seriam definitivamente articulados os princípios em que se estabeleceriam as relações entre os governos, e determinadas todas as convenções e obrigações internacionais. Da mesma maneira, os armamentos de cada governo seriam estritamente limitados, pois que, caso se permitisse o aumento das forças militares e dos preparativos bélicos por parte de qualquer deles, isso suscitaria a suspeita dos outros. As bases desse Pacto solene seriam fixadas de modo que, se qualquer governo posteriormente violasse qualquer das suas obrigações, todos os governos da Terra se deveriam erguer e reduzí-lo à submissão total, ou, dito melhor, a humanidade como um todo resolveria empregar todos os meios à sua disposição para destruir tal governo. Se este remédio máximo for aplicado ao seu corpo enfermo, o mundo seguramente se recuperará de todos os seus males e permanecerá eternamente são e salvo".
A realização desta poderosa convocação já deveria ter ocorrido há muito tempo.
Com todo o ardor dos nossos corações, apelamos aos dirigentes de todas as nações para que aproveitem este momento oportuno e dêem passos irreversíveis no sentido da convocação dessa conferência mundial. Todas as forças da História impelem a humanidade para este ato, que assinalará para todo o sempre o alvorecer da sua tão longamente aguardada maturidade.
Não irão as Nações Unidas, com pleno apoio dos seus membros, erguer-se à altura dos desígnios desse acontecimento culminante?
Que os homens e as mulheres, os jovens e as crianças em toda a parte reconheçam o mérito eterno desta ação imperiosa em prol de todos os povos, e ergam as suas vozes em assentimento voluntário. Melhor ainda, que seja esta a geração a inaugurar este estágio glorioso na evolução da vida social do planeta.
IV
A fonte do otimismo que sentimos é uma visão que transcende o cessar da guerra e a criação de organismos de cooperação internacional. A paz permanente entre as nações é um estágio essencial, mas não, afirma Bahá’u’lláh, a meta final do desenvolvimento social da humanidade. Além do armistício inicial imposto ao mundo pelo medo do holocausto nuclear, além da paz política relutantemente celebrada por nações rivais e desconfiadas, além dos arranjos pragmáticos para a segurança e a coexistência, além das numerosas experiências no domínio da cooperação que estas medidas tornarão possíveis, encontra-se a meta final: a unificação de todos os povos do mundo em uma família universal.
A falta de unidade é um risco que as nações e os povos da Terra já não podem mais suportar; as conseqüências são demasiado terríveis para poderem ser contempladas, demasiado óbvias para requererem qualquer demonstração. "O bem-estar da humanidade", escreveu Bahá’u’lláh há mais de um século, "a sua paz e segurança, são inatingíveis a não ser que, e até que, a sua unidade seja firmemente estabelecida". Ao observar que "toda a humanidade está gemendo e ansiando por ser conduzida à unificação, e assim terminar o seu martírio secular", Shoghi Effendi acrescentou ainda que "a unificação da humanidade inteira é a etapa distintiva da qual a sociedade humana atualmente se aproxima. A unidade da família, da tribo, da cidade estado e da nação foram sucessivamente tentadas e completamente estabelecidas. A unidade do mundo é agora a meta em direção à qual a humanidade aflita se encaminha. O processo de formar nações já chegou ao fim. A anarquia inerente à soberania estatal aproxima-se de um clímax. Um mundo em amadurecimento deve abandonar esse fetiche, reconhecer a unidade e a universalidade das relações humanas, e estabelecer de uma vez por todas o mecanismo que melhor possa concretizar este princípio fundamental da sua vida".
Todas as forças de transformação contemporânea confirmam este ponto de vista. As provas podem ser discernidas nos numerosos exemplos já mencionados acerca dos sinais favoráveis à paz mundial que se observam nos movimentos e nos acontecimentos internacionais correntes. O exército de homens e mulheres, que serve os diversos órgãos da Organização das Nações Unidas, recrutado virtualmente de todas as culturas, raças e nações da Terra, representa um "funcionalismo civil" planetário, cujas realizações impressionantes são indicativas do grau de cooperação que pode ser conseguido, mesmo sob condições desanimadoras. Um impulso para a unidade, tal como uma primavera espiritual, luta por se expressar através dos inúmeros congressos internacionais que atraem pessoas de uma vasta gama de atividades. Motiva apelos para projetos internacionais envolvendo as crianças e a juventude. Na realidade, constitui a verdadeira fonte do notável movimento para o ecumenismo, através do qual os membros de religiões e seitas historicamente antagônicas parecem irresistivelmente atraídos uns pelos outros. Juntamente com a tendência oposta para a guerra e o auto engrandecimento, contra os quais luta incessantemente, o impulso para a unidade mundial é uma das características dominantes e generalizadas da vida no planeta durante estes anos finais do século
XX.
A experiência da Comunidade Bahá’í pode ser vista como exemplo desta unidade crescente. É uma comunidade de cerca de três a quatro milhões de pessoas, originárias de muitas nações, culturas, classes e credos, empenhadas em uma ampla área de atividades ao serviço das necessidades espirituais, sociais e econômicas dos povos de inúmeras regiões. É um organismo social único, representativo da diversidade da família humana, que conduz os seus afazeres através de um sistema de princípios consultivos comumente aceitos, e que preza todas as grandes expressões de orientação divina da História da humanidade. A sua existência é mais uma prova convincente da praticabilidade da visão de um mundo unido exposta pelo seu Fundador, mais uma evidência de que a humanidade pode viver como uma sociedade global, à altura de quaisquer desafios que a sua maioridade possa suscitar. Se a experiência bahá’í puder contribuir em qualquer medida para reforçar a esperança na unidade da humanidade, será com grande satisfação que a oferecemos como modelo de estudo.
Ao contemplarmos a suprema importância da tarefa que agora confronta o mundo inteiro, curvamos humildemente as nossas cabeças perante a majestade infinita do Criador divino, que do Seu amor infinito gerou da mesma matéria toda a humanidade; que exaltou a preciosa realidade do homem; que o honrou com intelecto e sabedoria, nobreza e imortalidade; e que conferiu ao homem "a distinção e capacidade únicas de conhecê-Lo e amá-Lo", uma capacidade que "tem de ser encarada como o ímpeto gerador e o propósito primordial subjacente em toda a criação".
Possuímos a firme convicção de que todos os seres humanos foram criados "para levar avante uma civilização em constante evolução"; de que "agir como os animais do campo é indigno dos homens"; de que as virtudes dignas da condição humana são a honestidade, a indulgência, a misericórdia, a compaixão, a bondade e o amor para com todos os povos. Reafirmamos a crença de que as potencialidades inerentes à condição do homem, a plena medida do seu destino sobre a terra, a excelência inata da sua realidade, têm todas de ser manifestadas neste prometido Dia de Deus. São estes os motivos da nossa fé inabalável de que a unidade e paz são a meta alcançável em direção à qual a humanidade se esforça.
No momento em que se escrevem estas palavras, podem ouvir-se as vozes esperançosas dos bahá’ís, apesar da perseguição que continuam a sofrer na terra onde a sua Fé nasceu. Através do exemplo da sua esperança irredutível, são testemunho da crença de que a realização iminente deste antigo sonho de paz é agora, em virtude dos efeitos transformadores da revelação de Bahá’u’lláh, investida com a força da autoridade divina. Assim, comunicamo-vos não apenas uma visão composta de palavras: invocamos o poder de atos de fé e sacrifício; comunicamos o apelo ansioso de paz e de unidade de todos os nossos companheiros de Fé em todo o mundo. Solidarizamo-nos com todos os que são vítimas de agressão, todos os que anseiam pelo fim dos conflitos e das discórdias, todos aqueles cuja devoção a princípios de paz e de ordem mundial promove os fins enobrecedores para os quais a humanidade foi chamada à existência por um Criador que é todo amor.
Na seriedade do nosso desejo de vos transmitir o fervor da nossa esperança e a profundidade da nossa confiança, citamos a promessa enfática de Bahá’u’lláh: "Estas lutas infrutíferas e estas guerras ruinosas hão de passar, e a Paz Máxima há de chegar".
A Casa Universal de Justiça
"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-
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