23 de nov. de 2009

Dia do Convênio

O Convênio de Bahá'u'lláh

Comemoração do Convênio ás 19h30min/quarta-feira
Dia 25/11/09
Sede Bahá’í de Goiânia
Palestrante: José Alves



Tão poderosa é a luz da unidade", declarou Bahá'u'lláh, "que pode iluminar a Terra inteira." "Nós, em verdade", afirmou Ele ainda, "viemos para unir e harmonizar plenamente todos os que habitam a Terra." Bahá'u'lláh fez da unidade da humanidade o princípio e o propósito fundamentais de Sua Fé, uma ênfase que implica a unidade orgânica e espiritual do corpo das nações como um todo e assinala a "chegada da maturidade da raça humana inteira."

A evolução humana tem sido marcada por estágios progressivos de organização social, tais como a família, a tribo, a cidade-estado e a nação. O propósito explícito de Bahá'u'lláh foi o de inaugurar o próximo e último estágio, a saber, a unidade mundial precursora da Paz Maior profetizada nas religiões do mundo. Assim como a Palavra de Deus revelada por Bahá'u'lláh é a fonte e o ímpeto da unidade da humanidade, assim também o Convênio que Ele estabeleceu é o princípio organizador para sua realização.

O Convênio de Bahá'u'lláh assegura tanto a unidade de compreensão das doutrinas fundamentais de Sua Fé como a concretização dessa unidade no desenvolvimento espiritual e social da comunidade bahá'í. Esse Convênio se distingue por conter disposições para a interpretação autêntica dos textos sagrados e para um sistema autorizado de administração, em cuja cúpula se encontra um corpo legislativo eleito com poderes para suplementar as leis reveladas por Bahá'u'lláh.

O Convênio é a característica mais notável de Sua Revelação, pois, diferentemente de qualquer sistema religioso do passado, está destinado a preservar a unidade de toda a humanidade, mediante o funcionamento orgânico de uma ordem social baseada em princípios espirituais. "Tão firme e poderoso" é esse Convênio, assevera o filho de Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá, "que, desde o princípio dos tempos até o presente, nenhuma Dispensação religiosa produziu algo semelhante."

A Fé Bahá'í é, dessa forma, a primeira religião da história a ter sobrevivido ao crítico primeiro século de existência com sua unidade firmemente estabelecida. "Não fosse pelo poder protetor do Convênio a guardar a fortaleza inexpugnável da Causa de Deus", escreveu 'Abdu'l-Bahá, "em um só dia surgiriam, entre os bahá'ís, mil seitas diferentes, como ocorreu em eras passadas." Nesta Revelação, porém, o Convênio de Bahá'u'lláh é o ímã que atrai e mantém unidos os corações de seus seguidores.

Embora as questões da sucessão e da liderança dentro da Fé Bahá'í sejam tratadas por Bahá'u'lláh em Seu Convênio, sua significação é muito mais abrangente. Como escreveu Ele, "O desígnio deste Injuriado ao suportar calamidades e tribulações, ao revelar os Versículos Sagrados e demonstrar as provas não tem sido senão o de extinguir a chama do ódio e da inimizade, para que o horizonte dos corações dos homens seja iluminado com a luz da concórdia e atinja paz e tranqüilidade verdadeiras."

Discorrendo sobre esse tema, Bahá'u'lláh exortou os povos do mundo a portar-se de um modo que lhes eleve a condição a "segurar-se firmemente ao temor a Deus e aderir resolutamente ao que é certo"; a abster-se da "calúnia", da "ofensa" e de "tudo o que cause tristeza";a "segurar-se firmemente à retidão e verdade";a reconhecer que a "religião de Deus é para o amor e a unidade", e não deve ser tornada "causa de inimizade e dissensão"; a respeitar os que foram investidos do poder de reger ou governar, e a "apoiar aqueles alvoreceres de autoridade e fontes de comando que estão adornados com o ornamento da eqüidade e justiça"; "a servir a todas as nações e empenhar-se pela melhoria do mundo."

"O conflito e a contenda são categoricamente proibidos em Seu Livro", asseverou Bahá'u'lláh, frisando a importância da harmonia nos relacionamentos humanos. Nesse mesmo sentido, dirigiu Ele estas palavras a Seus seguidores: "Ó servos! Não permitais que os meios da ordem se tornem causa de confusão, nem o instrumento da união, motivo de discórdia."

O Centro do Convênio
Foi para o cumprimento de tais desígnios e injunções que Bahá'u'lláh designou Seu Filho, 'Abdu'l-Bahá, como Seu sucessor: "Quando o oceano de Minha presença tiver refluído, e o Livro de Minha Revelação se achar completo, volvei vossas faces Àquele Eleito por Deus, Aquele que brotou desta Raiz Antiga. "Em Sua Última Vontade e Testamento, conhecida como O Livro do Convênio, Bahá'u'lláh esclareceu que "Este sagrado versículo a nenhuma pessoa se refere, senão ao Mais Poderoso Ramo ['Abdu'l-Bahá]."

Essa nomeação investiu 'Abdu'l-Bahá da autoridade de único intérprete das escrituras de Bahá'u'lláh e executor do propósito de Bahá'u'lláh no estabelecimento da ordem administrativa bahá'í; além disso, em Sua vida pessoal, Suas palavras e atos, 'Abdu'l-Bahá foi o exemplo perfeito das qualidades e ideais da vida bahá'í. A combinação dessas funções em uma mesma pessoa deu origem a uma posição ímpar na história religiosa a de Centro do Convênio e faz de 'Abdu'l-Bahá uma figura sem paralelo em toda a história.

A singularidade do propósito de Bahá'u'lláh para 'Abdu'l-Bahá é indicada em várias declarações. Por exemplo, em uma obra conhecida como a Epístola do Ramo, Bahá'u'lláh, referindo-se a 'Abdu'l-Bahá como "este sagrado e glorioso Ser, este Ramo de Santidade", diz: "Bem-aventurado aquele que buscou Seu abrigo e permanece à Sua sombra. Em verdade, a Renovoda Lei de Deus brotou desta Raiz que Deus implantou firmemente no Solo de Sua Vontade, cujo Ramo foi enaltecido a ponto de abranger a criação inteira. Rendei graças a Deus, ó povo, por Seu aparecimento; pois verdadeiramente, Ele é o mais grandioso Favor a vós, a mais perfeita dádiva que vos foi concedida; e por Seu intermédio, todo osso decomponente é vivificado. Quem a Ele se volver, ter-se-á volvido a Deus, e quem dEle se afastar, ter-se-á afastado de Minha Beleza, terá repudiado Minha Prova e transgredido contra Mim. Ele é o Bem confiado por Deus a vós, Seu tesouro em vosso meio, Sua manifestação a vós e Sua aparição entre Seus servos favorecidos."

A clareza inequívoca com que Bahá'u'lláh designou Seu Filho por escrito e Suas exposições pormenorizadas sobre a posição de 'Abdu'l-Bahá visavam a prevenir qualquer mal-entendido entre os fiéis quanto à liderança da comunidade após o passamento de Bahá'u'lláh. Tais preparações, feitas pela própria Manifestaçãode Deus, demonstram, por si sós, um aspecto excepcional da Revelação Bahá'í.

Como sucessor de Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá tornou-se o centro tangível de unidade em torno do qual o desenvolvimento da comunidade mundial bahá'í viria a girar. Na qualidade de intérprete escolhido por Bahá'u'lláh e expositor de Seus ensinamentos, 'Abdu'l-Bahá foi "o meio incorruptível para a aplicação da Palavra a medidas práticas para a construção de uma nova civilização. "Cada uma das instituições criadas no Convênio de Bahá'u'lláh foi explicada com maior clareza, às vezes esmiuçada, e em muitos casos erigida, pelo próprio 'Abdu'l-Bahá.

Todo o espectro dos ensinamentos morais de Bahá'u'lláh foi manifestado com perfeição na vida de 'Abdu'l-Bahá, e a grande diversidade da comunidade bahá'í deve seu impulso maior ao amor irrestrito com o qual 'Abdu'l-Bahá acolhia pessoas de todas as origens, interesses e personalidades, e à maneira com que Ele pacientemente nutria os que se mostravam sensíveis a Seu amor. Bahá'u'lláh "vestiu-O com as virtudes da perfeição na conduta pessoal e social, a fim de que a humanidade tenha um modelo duradouro para seguir. "Para contrapor-se às forças destrutivas em ação na sociedade por toda parte, era necessário estabelecer um centro de unidade capaz de correlacionar dentro de si mesmo os princípios bahá'ís e sua expressão em ações, bem como oferecer um exemplo de ideais bahá'ís traduzidos em conduta pessoal que pudesse inspirar e ser seguido por todas as pessoas. Em 'Abdu'l-Bahá pode-se encontrar aquela coerência perfeita entre mente, coração, atos e relacionamentos que se expressava na plenitude de Suas funções como Centro do Convênio de Bahá'u'lláh.

"Ele é, acima e além dessas designações", escreveu Seu neto, o Guardião da Fé Bahá'í, após citar os muitos títulos conferidos por Bahá'u'lláh a 'Abdu'l-Bahá, "o 'Mistério de Deus' expressão essa que o próprio Bahá'u'lláh escolheu para designá-Lo e que, embora de modo algum justifique atribuir-Lhe a posição de Profeta, indica como na pessoa de 'Abdu'l-Bahá as características incompatíveis de uma natureza humana e de conhecimento e perfeição sobre-humanos foram combinadas e estão plenamente harmonizadas."

A Ordem Administrativa
A idéia da existência de um padrão divino para a administração e o desenvolvimento contínuos da Fé Bahá'í é tão importante na definição da crença bahá'í como o são as doutrinas espirituais e sociais de Bahá'u'lláh. A ordem administrativa bahá'í é uma expressão palpável do Convênio pactuado por Bahá'u'lláh com Seus seguidores. 'Abdu'l-Bahá deu grande atenção ao delineamento do sistema administrativo concebido por Bahá'u'lláh e especificou, em Sua Última Vontade e Testamento, as responsabilidades, funções, poderes e autoridade das duas instituições, em especial, que viriama sucedê-Lo, assegurando assim a continuidade da unidade da Fé Bahá'í. As duas instituições gêmeas no topo da ordem administrativa são a Guardiania e a Casa Universal de Justiça.

Da mesma forma que Ele próprio havia sido designado Centro do Convênio por Bahá'u'lláh, 'Abdu'l-Bahá nomeou Seu neto, Shoghi Effendi, Guardião da Fé Bahá'í. "Pois ele é, depois de 'Abdu'l-Bahá, o guardião da Causa de Deus e os amados do Senhor devem obedecê-lo e volver-se a ele" tal é a linguagem explícita da Última Vontade e Testamento de 'Abdu'l-Bahá. Ao Guardião foi dado o papel de intérprete autorizado e a responsabilidade da expansão adicional da comunidade mundial bahá'í, dentro da orientação já revelada por Bahá'u'lláh e detalhada por 'Abdu'l-Bahá. Nas palavras de um autor, "Ao nomear um Guardião para a Causa Bahá'í, 'Abdu'l-Bahá criou um líder e centro executivo dotado de consagração e capacidade inquestionáveis para a tarefa estupenda de inspirar a comunidade bahá'í em todo o mundo a desenvolver-se trilhando o caminho do serviço à humanidade que é seu destino"

A Última Vontade e Testamento também autorizava Shoghi Effendi a nomear, como instituição auxiliar à Guardiania, Mãos da Causa de Deus, que dariam atenção especial à propagação e proteção da Fé. "Esse corpo das Mãos da Causa de Deus", escreveu 'Abdu'l-Bahá, "está sob a direção do Guardião da Causa de Deus. Cumpre a ele exortá-las continuamente a que se esforcem e empenhem, ao máximo de sua capacidade, por difundir as doces fragrâncias de Deus e guiar todos os povos do mundo, pois é a luz da Guia Divina que faz que o universo inteiro seja iluminado."

Uma das metas maiores de Shoghi Effendi era o desenvolvimento da comunidade até o ponto em que pudesse sustentar o estabelecimento da Casa Universalde Justiça, o conselho internacional ordenado por Bahá'u'lláh. 'Abdu'l-Bahá mostrara, pelas disposições de Sua Última Vontade e Testamento, como os fins e propósitos desse conselho deveriam ser complementares aos da Guardiania.

Aludindo às funções e autoridade complementares de Seus sucessores gêmeos, 'Abdu'l-Bahá escreveu: "O sagrado e jovem ramo, o guardião da Causa de Deus, e assim também a Casa Universal de Justiça, a ser universalmente eleita e estabelecida, estão ambos sob o cuidado e proteção da Beleza de Abhá (Bahá'u'lláh) e sob o abrigo e guia infalível de Sua Santidade, o Excelso (o Báb). O que quer que decidam provém de Deus. Quem não lhe obedece, nem lhes obedece, não tem obedecido a Deus; quem se rebela contra ele e contra eles, tem-se rebelado contra Deus; quem a ele se opõe, tem feito oposição a Deus; quem disputa com eles, tem disputado com Deus."

Ao longo dos 36 anos do ministério do Guardião, a comunidade bahá'í permaneceu unida, cresceu rapidamente e espalhou-se por vastas regiões do globo, construindo gradualmente as instituições locais, nacionais e internacionais que constituem a ordem administrativa bahá'í. Finalmente, as condições necessárias ao estabelecimento da Casa Universal de Justiça foram cumpridas, cinco anos e meio após o passamento de Shoghi Effendi, em 1957.

'Abdu'l-Bahá definiu o trabalho da Casa Universal de Justiça em Sua Última Vontade e Testamento, especificando que Casas de Justiça secundárias (temporariamente conhecidas como Assembléias Espirituais Nacionais) devem ser instituídas em todos os países, e cabe a seus membros eleger a Casa Universal de Justiça. A primeira eleição dessa instituição, em 1963, pelos membros de 56 Assembléias Espirituais Nacionais não apenas iniciou um novo estágio na evolução da ordem administrativa; também assinalou a primeira vez na história que um corpo governante internacional dessa natureza viera à existência por meio de uma eleição democrática livre de campanhas ou indicações de candidatos, no espírito de todas as eleições bahá'ís. Desde então, o número de Assembléias Espirituais Nacionais já cresceu mais de três vezes.

Com relação aos deveres dos membros da Casa Universal de Justiça, 'Abdu'l-Bahá afirmou: "Incumbe a esses membros reunir-se em certo lugar e deliberar sobre todos os problemas que tenham causado divergência, questões que sejam obscuras e assuntos não tratados explicitamente no Livro. O que quer que decidam tem o mesmo efeito que o próprio Texto.
E uma vez que essa Casa de Justiça tem o poder de promulgar leis que não estão expressamente registradas no Livro e dispõem sobre interações diárias, tem igualmente o poder de revogá-las."

A Casa Universal de Justiça chega às suas decisões mediante a consulta, um processo definido de forma única por Bahá'u'lláh que é essencial à existência da ordem administrativa. A consulta é o método pelo qual se mantém a unidade na condução dos assuntos das comunidades bahá'ís em todo o mundo.

Assim, através das disposições claras deixadas por Bahá'u'lláh e ampliadas por 'Abdu'l-Bahá, o Convênio permaneceu e permanece íntegro. O canal da guia divina, que proporciona flexibilidade em todos os assuntos da humanidade, tem permanecido aberto através do tempo de 'Abdu'l-Bahá, do tempo de Shoghi Effendi e, subseqüentemente, dos anos que se seguiram à eleição da Casa Universal de Justiça instituição essa fundada por Bahá'u'lláh e por Ele dotada de autoridade suprema e guia infalível, sobre a qual 'Abdu'l-Bahá escreveu: "A esse corpo todas as questões devem ser submetidas."

O caráter completo do Convênio evidencia-se nessas disposições, na medida em que as instituições internacionais, nacionais e locais da ordem administrativa provêem focos de unidade ao redor dos quais a comunidade bahá'í orbita. As seguintes palavras de Shoghi Effendi ilustram essa característica:

E agora, ao olhar para o futuro, espero ver os [bahá'ís], em todos os tempos, em todas as terras, e de todos os matizes de pensamento e posições, cerrando fileiras, voluntária e jubilosamente, em torno de seus centros de atividade local e, em especial, nacional, defendendo e promovendo seus interesses com total unanimidade e contentamento, com perfeita compreensão, genuíno entusiasmo e inabalável vigor. Essa é, na verdade, a única alegria e anelo de minha vida, pois é o manancial do qual todas as bênçãos futuras hão de fluir, o alicerce amplo sobre o qual a estabilidadedo Edifício Divino há, em última análise, de repousar.
Tais pontos de reagrupamento para a comunidade bahá'í, independente de seu nível, interagem e reforçam-se mutuamente, funcionando numa relação semelhante à de círculos concêntricos, todos os quais têm como foco o imprescindível Centro do Convênio de Bahá'u'lláh.

Shoghi Effendi exprimiu este parecer sobre o Convênio, em uma carta escrita em seu nome por seu secretário:

No que tange ao significado do Convênio bahá'í, o Guardião considera a existência de duas formas de Convênio, ambas as quais são explicitamente mencionadas na literatura da Causa. A primeira é o Convênio que todo Profeta faz com a humanidade, ou, mais especificamente, com Seu povo, para que aceite e siga a Manifestação[de Deus] seguinte, que representa a volta de Sua realidade. [Bahá'u'lláh afirma que uma nova Manifestação virá não menos que mil anos depois dEle.] A segunda forma de Convênio tem como exemplo o pacto que Bahá'u'lláh fez com Seus seguidores para que aceitassem o Mestre ['Abdu'l-Bahá]. Isso visa simplesmente a estabelecer e fortalecer a sucessão da série de Luminares que surgem após toda Manifestação. Na mesma categoria se enquadra o Convênio que o Mestre fez com os bahá'ís para que aceitassem sua administração depois dEle.
Ao longo do último século, a esfera de unidade abrangida pelo Convênio de Bahá'u'lláh tem-se alargado continuamente, à medida que a comunidade bahá'í tem crescido e se espalhado ao redor do mundo. Hoje, mais de 150 anos depois do nascimento da Revelação Bahá'í, milhões de adeptos, em centenas de países e territórios por todo o planeta, permanecem unidos através das disposições do Convênio de Bahá'u'lláh.

Nosso Convênio com Bahá'u'lláh
Um convênio implica um acordo solene entre duas partes. Como já se observou, a parte de Bahá'u'lláh em Seu Convênio é trazer-nos ensinamentos que transformem as condições tanto interiores como exteriores da vida na Terra, deixar-nos um intérprete autorizado para evitar uma compreensão errônea da vontade de Deus para nós, e oferecer-nos guia para o estabelecimento de instituições que irão perseguir as metas da realização da unidade. O Convênio de Bahá'u'lláh afeta-nos em todos os níveis da existência, de nossas organizações sociais a nossa vida individual.

Como indivíduos, temos, por nossa vez, a responsabilidade de observar as leis que Deus nos deu para salvaguardar nossa dignidade e capacitar-nos a nos tornarmos os seres nobres que Ele nos criou para ser. Isso inclui orar, meditar, ler as Sagradas Escrituras, jejuar, viver uma vida pura, ser íntegro. É nossa responsabilidade mostrar amor um pelo outro, por imperfeitos que sejamos; é nossa obrigação amar e obedecer às instituições que Bahá'u'lláh trouxe à existência. A menos que façamos essas coisas, não estaremos nos abrindo aos benefícios do Convênio de Bahá'u'lláh conosco.

Em uma tocante coleção de escritos éticos chamada "As Palavras Ocultas", Bahá'u'lláh escreveu, falando com a voz divina: "Ama-Me, a fim de que Eu te possa amar. Se não Me amas, de modo algum pode o Meu amor te atingir. Sabe isto, ó servo!" Esta breve passagem sintetiza a essência do Convênio e nossa responsabilidade. Ela mostra o Amor eterno do Criador por nós, bem como nossa liberdade de decidir entre amá-Lo ou não e as conseqüências de tal decisão.

Um Poder Universalmente Transformador
A comunidade bahá'í está atualmente atravessando o primeiro estágio do florescimento da autoridade divina que Bahá'u'lláh semeou nos assuntos humanos através do estabelecimento de Seu Convênio e da nomeação de 'Abdu'l-Bahá como seu Centro. Essa autoridade, que constitui uma expressão do amor de Deus, tem o poder, no nível individual, de cativar o coração e transformar o caráter. Ela nos proporciona um código de conduta que leva ao progresso social. No nível comunitário, a autoridade amorosa no seio da Fé molda nossas relações sociais, guiando-nos a manifestar um padrão de amor e manter a unidade em nosso trato uns com os outros. No nível institucional, o Convênio nos dá canais administrativos através dos quais o amor flui, e define nosso relacionamento com as instituições. O poder transformador do Convênio expressa a característica essencial da Ordem Mundial de Bahá'u'lláh, por Ele estimada acima de tudo o mais: "A mais amada de todas as coisas, a Meu ver, é a Justiça."

À medida que a humanidade atinge a maturidade, os povos do mundo estão despertando para a realidade de sua unidade e para a visão da Terra como uma pátria comum. A autoridade espiritual do Convênio de Bahá'u'lláh proporciona-nos uma estrutura para a cura de divergências do passado, quer de raça, classe ou credo, e estabelece um novo tipo de relacionamento entre nós e nosso Criador. O poder moral que nos é concedido através dessa dádiva divina nos habilitará, pela primeira vez na história humana, a construir uma sociedade global unificada.


'Abdu'l-Bahá: o Centro do Convênio


"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos"
-Bahá'u'lláh-


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"A terra é um só país e os seres humanos seus cidadãos" -Bahá'u'lláh-